Já disse que não compra equipamento para paradas e criticou os «militares do passado». Essas expressões causam-lhe problemas?
Nenhum. As reformas que estamos a fazer só foram possíveis porque houve consenso total com as chefias militares. Quando falei em alguns militares do passado esses alguns participaram em iniciativas do PS ou da Aula Magna do Dr. Mário Soares. Isto é relevante. Não podem vestir o uniforme quando lhes dá jeito e tirar o uniforme quando lhes dá jeito.
A fusão do Instituto de Odivelas com o Colégio Militar foi uma das medidas mais polémicas do mandato…
Às vezes as questões que têm mais expressão mediática não são as que têm mais contestação. Mas eu respeito a tradição e o sentimento das pessoas. Sou é responsável pela gestão de uma área e os três estabelecimentos de ensino militar davam prejuízos anuais superiores a 15 milhões de euros. Era impensável não encontrar formas de racionalizar quer os equipamentos quer os recursos humanos. O que o Governo fez foi em nome do interesse nacional.
Foi a lógica que aplicou aos estaleiros navais de Viana do Castelo?
Dizia-se que não se ia manter a construção naval em Viana do Castelo. Há construção naval. Dizia-se que não iam ser criados novos postos de trabalho. Já foram criados cerca de 120. Eu já assisti à assinatura do contrato do primeiro navio que vai ser construído. E estancou-se um prejuízo diário de 110 mil euros. Mais: salvaguardaram-se todos os direitos dos trabalhadores, que viram compensadas as rescisões dos contratos por mútuo acordo.
Foi o dossiê mais difícil?
Foi o dossiê de gestão mediática mais complicado porque houve muita demagogia. Aliás, a sra. eurodeputada Ana Gomes, que parece que tem um problema com os tribunais e que se esconde por trás da imunidade parlamentar para não provar as acusações que fez, pode fazê-lo por outro meio. No Parlamento, nos jornais, em colóquios, onde quiser, pode disponibilizar a prova das acusações que fez. Toda prova que tenha pode apresentá-la. Espero que o faça ou que se cale para sempre.
Está entre os «ódios de estimação» de Ana Gomes, como dizia Isabel Moreira sobre Paulo Portas?
Não sei e preocupa-me pouco. O que me preocupa é dizer-se ou não a verdade e ter-se o sentido da responsabilidade do que se diz. Escrevi ao presidente do Parlamento Europeu para que desse toda liberdade de expressão para fazer a prova do que disse, até porque era importante para saber se um ministro era ou não aquela pessoa que ela tinha acusado de promiscuidade relativamente aos estaleiros de Viana do Castelo.