Jane Wilde casou com o físico quando este tinha acabado de saber que tinha Esclerose Lateral Amiotrófica. Completamente apaixonada, decide avançar para o matrimónio e acompanhar o futuro marido até ao final dos seus dias. Os médicos tinham-lhe dado apenas dois anos de vida. No entanto, Stephen Hawking bateu todas as expectativas e, aos 73 anos, continua a dar palestras e a desenvolver novos estudos.
Jane viu-se assim ‘presa’ a um homem que amava, mas de quem tinha de cuidar como se fosse um filho acabado de nascer – vesti-lo, dar-lhe banho, alimentá-lo, tudo o que é essencial à sobrevivência.
O desespero, o conflito interno, o constrangimento e a indecisão são muito bem ilustradas por Felicity Jones. Para além de existir uma semelhança física entre a actriz e a pessoa retratada, Jones consegue deixar-nos presos a este personagem, sentir uma empatia por ela mesmo quando as questões morais e éticas são postas em causa – veja-se o momento em que Jane se aproxima do professor de música Jonathan (Charlie Cox) e começa a apaixonar-se por outro homem, estando ainda casada com Stephen. É impossível não entender a atitude de Jane, confinada a uma vida desesperante, dedicada apenas ao marido e aos filhos e sem qualquer perspectiva de um futuro diferente
Felicity Jones já tinha contracenado com grandes nomes da sétima arte – entrou em ‘Reviver o Passado em Brideshead’ com Emma Thompson, ‘Chéri’ com Michelle Pfeiffer e ‘A Tempestade’ com Hellen Mirren. Mas é com ‘A Teoria de Tudo’, realizado por James Marsh, que a actriz se supera e mostra aquilo que vale. Uma interpretação contida, mas cheia de pequenos detalhes humorísticos e melancólicos que fazem de Jones uma artista a manter ‘debaixo de olho’ nos próximos tempos.
Mas calma. É de facto uma boa interpretação, mas merece uma nomeação para o Óscar? Talvez… Mas levar o galardão para casa parece um pouco excessivo. Deixem a Jullianne Moore finalmente brilhar…