Ministra das Finanças diz que não sugeriu qualquer alteração ao acordo com a Grécia

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, disse hoje que não sugeriu alterações ao acordo do Eurogrupo com a Grécia e que colocou apenas questões relacionados com procedimentos.

Ministra das Finanças diz que não sugeriu qualquer alteração ao acordo com a Grécia

"Não sugeri a alteração de uma única vírgula", respondeu a ministra das Finanças durante uma entrevista ao Jornal das 8 da TVI, depois do ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, ter dito que [Portugal e Espanha] estavam a ser mais alemães do que a Alemanha.

"Não sei por que o ministro das Finanças terá dito isso", insistiu Maria Luís Albuquerque, afirmando ter colocado apenas questões de procedimentos.

"A minha intervenção foi no sentido de ser seguido o procedimento habitual", nomeadamente que a 'troika' reporte ao Eurogrupo a avaliação das medidas da Grécia, adiantou.

"A questão que coloquei tem a ver com o procedimento no sentido de ser seguido o procedimento habitual que é a 'troika', depois de avaliar as medidas, reportar aos elementos do Eurogrupo, explicando qual foi a sua avaliação", esclareceu a responsável pela pasta das Finanças.

O Governo grego tem de enviar até segunda-feira uma lista de medidas à 'troika'.

Só se a avaliação for positiva se poderá dar início aos procedimentos parlamentares exigidos por alguns países para aprovar a extensão do programa.

A ministra das Finanças salientou que "o Governo português esteve sempre do lado dos 18 estados-membros do Eurogrupo" que propuseram o acordo, estranhando as críticas de colagem à Alemanha, e mostrou-se "feliz" por terem sido 19 a subscrever o documento, que contou também com a concordância da Grécia.

"Também podemos dizer que estamos colados às posições do Chipre ou da Estónia", comentou, sublinhando ainda que não se considera aluna, mas sim colega de Schäuble, o seu homólogo alemão.

Maria Luís Albuquerque sublinhou que todos ganharam com o acordo "em particular a Grécia" e acrescentou que não faria sentido adoptar a flexibilização proposta para a Grécia em Portugal, pois esta faz parte de um programa que Portugal acabou há quase um ano.

"Não faz sentido pensar nos mesmos termos, a situação de Portugal é distinta da Grécia", vincou.

Lusa/SOL