O Governo anunciou a descida da taxa de remuneração dos Certificados de Aforro e do Tesouro Poupança Mais a partir de 1 de Fevereiro. A corrida a estes produtos de poupança rendeu 1.941 milhões de euros ao Estado em Janeiro.
De acordo com as estatísticas divulgadas pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), os portugueses investiram 646 milhões de euros em Certificados de Aforro da série C.
Contudo, foram os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) a atrair maior volume de poupanças. Só no primeiro mês do ano, o Estado captou com 1.474 milhões de euros.
Contabilizando os resgates de 176 milhões de euros aplicados em Certificados de Aforro e a amortização de três milhões de euros em CTPM, o investimento líquido ascendeu a 1.941 milhões de euros nestes dois produtos. Os CTPM captaram mais de 75% do investimento, ou seja, três quartos do total. Nunca as famílias portuguesas tinham emprestado tanto dinheiro ao Estado num só mês.
Com este montante, o Executivo tem a meta traçada para este ano praticamente assegurada. No Orçamento do Estado para 2015, o Governo de Passos Coelho estimava um saldo líquido de 2.500 milhões de euros com as emissões dos dois produtos. No primeiro mês do ano o Estado alcançou quase 80% do objectivo.
Este recorde justifica-se com o corte acentuado da taxa de juro oferecida nos instrumentos de dívida do Estado destinados ao retalho. O retorno líquido dos Certificados de Aforo recuou de 3,069% para 1,058% para as subscrições realizadas este mês.
Os CTPM têm uma taxa média bruta de 2,25% para quem permanecer com o produto em carteira pelo máximo de cinco anos. Em Janeiro, a remuneração média oferecida foi de 4,25%.
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