"Sobre os números finais após as reduções, que nos foram agora transmitidos – de 170 efetivos norte-americanos e de 380 civis portugueses – assinalámos que ainda não honram a garantia de um rácio de três trabalhadores portugueses por cada militar norte-americano, que foi dada pelo então secretário da Defesa, Leon Panetta, em Janeiro de 2013, em Lisboa", afirmou o ministro Rui Machete.
Os números apresentados pelo governante numa audição conjunta pelas comissões dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, na qual participou também o ministro da Defesa, Aguiar-Branco, não coincidem com o anúncio feito pelas autoridades dos EUA, no início do ano, quanto à sua intenção de reduzir a presença na Base das Lajes, na ilha Terceira.
A 8 de Janeiro, o secretário da Defesa dos EUA, Chuck Hagel, anunciou a redução de 500 efetivos da base aérea portuguesa nas Lajes. No mesmo dia, o embaixador norte-americano em Lisboa, Robert Sherman, explicou que o objetivo é reduzir gradualmente os trabalhadores portugueses de 900 para 400 pessoas ao longo deste ano e os civis e militares norte-americanos passarão de 650 para 165.
Rui Machete aproveitou ainda a chamada do PSD e do PCP ao Parlamento para revelar que os despedimentos só deverão acontecer a partir de Novembro deste ano, e não até Outubro como havia sido revelado pelas autoridades norte-americanas. "É razoável pensar que o tempo que se vai levar até concretizar a dispensa dos trabalhadores portugueses é de 250 a 300 dias a partir de agora", afirmou o MNE.
O responsável pela diplomacia portuguesa reconheceu que o processo de negociação que está em curso com os EUA "será seguramente complexa", nomeadamente no que respeita às medidas exigidas por Portugal mas mitigar os efeitos econômicos na ilha Terceira que decorrem da 'saída' dos americanos dos Açores.
Em Maio ou Junho deste ano a comissão bilateral permanente que senta à mesma mesa representantes dos dois países volta a reunir, desta vez em Washington e com um ponto único na agenda: Lajes.