“Vou ser testemunha nesse inquérito e a Ordem vai constituir-se assistente”, confirmou ao SOL a bastonária dos advogados, acrescentando que, desta forma, o organismo vai acompanhar a investigação e cooperar com o Ministério Público para identificar a origem das diferentes fugas não só processo contra José Sócrates mas também noutras investigações em segredo de Justiça. «A senhora procuradora-Geral também devia ser ouvida na qualidade de testemunha no mesmo processo», adianta.
Numa entrevista à Rádio Renascença, no final de Janeiro, Elina Fraga denunciou várias violações ao segredo de Justiça no processo contra José Sócrates e acusou o Ministério Público de estar na origem dessa informação. “Este caso evidenciou que ainda antes de haver advogados no processo já se violava o segredo de justiça” defendeu no programa Em nome da Lei. “Se o próprio Ministério Público participa nessas fugas parece-me que será difícil encontrar os culpados”, disse.
A procuradora-Geral da República Joana Marques Vidal respondeu-lhe esta semana. “A bastonária com certeza que irá colaborar activamente num inquérito que foi instaurado na sequência das suas declarações”, afirmou numa entrevista ao Público e à Renascença. “Espero que ela venha dizer quem violou o segredo de justiça”.
A bastonária diz ao SOL que “vai apresentar os factos de que teve conhecimento” neste e noutros processos mediáticos, sujeitos ao segredo. “Vou apresentar a matéria-prima para que o MP possa fazer as suas investigações e que é simples: Vou levar as notícias sobre os processos e as certidões que atestam que estão em segredo de Justiça. É só perceber as datas em que foram sendo publicadas essas notícias e compara-las com as pessoas que a cada momento tiveram acesso aos processos”.
Além disso a AO quer acompanhar o andamento das investigações e cooperar para identificar a origem da violação do segredo seja ela feita por magistrados judiciais, pelos procuradores advogados ou funcionários judiciais.
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