Granadeiro: ‘Originalidade’ da PT causou prejuízos aos accionistas

Henrique Granadeiro começou a sua audição no Parlamento referindo que presta testemunho “sob juramento”.

Granadeiro: ‘Originalidade’ da PT causou prejuízos aos accionistas

Numa exposição inicial, o antigo presidente da PT diz “querer contribuir para a verdade dos factos”.

Henrique Granadeiro revela que a PT tinha uma “originalidade”: “O universo PT passou a funcionar com uma comissão executiva e dois presidentes”. “Uma originalidade que poderá ter sido a causa de equívocos e elevados prejuízos para os accionistas da PT”, assume.

Granadeiro apresentou a cronologia do exercício de funções na PT e da parceria com o BES e também com a CGD. “É inquestionável o efeito dinamizador da participação da CGD e do BES na expansão da PT”, afirmou.

Essa parceria resultou, em termos genéricos, no crescimento de 13% para 36% da participação de investidores portugueses na operadora.

“Não me lembro de nenhuma iniciativa relevante ou propostas feitas à assembleia-geral de accionistas que não fossem subscritas pela CGD e pelo BES.”

Investimentos no GES nunca foram questionados

Henrique Granadeiro garantiu hoje, numa exposição inicial aos deputados da comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES, que a PT nunca escondeu as suas aplicações no Grupo Espírito Santo.

“As aplicações não podiam ter sido escondidas. Encontram-se em vários documentos”, incluindo no formulário submetido ao regulador de mercados dos Estados Unidos (SEC).

“Entre 2001 e 2013, as aplicações no Grupo Espírito Santo, no qual se inclui o BES, totalizariam, se pudessem ser somadas, um valor de 6.157 milhões de euros, representando 17% do cash consolidado da PT na altura”, revelou.

As aplicações “nunca mereceram reservas, questões, recomendações ou dúvidas. Se dúvidas existiam não foram colocadas” pelas diversas entidades de supervisão ou auditoria, defende o antigo presidente da PT.

Granadeiro recorda que a politica de investimento da PT era de muito curto prazo. Foram realizadas mais de 40 renovações das aplicações, a maioria com o prazo de 90 dias.

“O relatório e contas da PT de 2013 referia que as aplicações de papel comercial no montante de 750 milhões foram liquidadas nas datas devidas", sustenta para argumentar o conhecimento público da política de investimento da operadora.