“Agradeço a benevolvencia dos deputados para poder dirigir uma última palavra aos milhares de accionistas da PT que foram severamente lesados com um proposta estratégica de um projecto que tinha tudo para correr bem e correu mal como efeito colateral da destruição do BES”, afirmou.
Numa espécie de homilia, recorda a euforia da assembleia-geral que aprovou o projecto de fusão com a brasileira Oi e, sobretudo, os quatro pequenos accionistas que lutaram, tenazmente, contra o projecto.
Henrique Granadeiro ficou impressionado com a “tenacidade desses accionistas” – Luís Rosa, Ribeiro Novo, António Oliveira, Francisco Gonçalves e Jorge Félix – para enfrentarem a assembleia-geral.
E confessa que ficou intigrado. “Quando cheguei a casa perguntei-me: ‘E se eles têm razão?’ Falo neles, para relembrar todos os outros que foram prejudicados por este projecto, que é da minha responsabilidade, mas não é minha culpa, pelo menos totalmente”.
Henrique Granadeiro relembra a lenda de Egas Moniz, em que este reconheceu perante Afonso Henriques que tinha falhado uma das promessas. “Desta vez falhei, mas em todas as outras cumpri”, cita o ex-presidente da PT.
“É com este sentimento que quero invocar todos os accionistas da PT. Quisemos voar alto, mas o sol queimou-nos as asas”.
Por último, Granadeiro atribui ainda uma palavra aos colegas do conselho de administração. “Deixo uma palavra aos meus colegas do conselho de administração, a quem deixei uma tão pesada herança”, disse visivelmente emocionado.