A emissora britânica antecipou a estreia do documentário "A filha da Índia" para quarta-feira (estava agendado para domingo, dia 08, quando se assinala o Dia Internacional da Mulher), alegando interesse público, depois de um tribunal indiano ter proibido as emissoras locais de o transmitir.
O filme gerou um aceso debate na Índia, já que inclui uma entrevista em que um dos condenados, Mukesh Singh, culpou a vítima de 23 anos, dizendo que não devia ter saído naquela noite e que não devia ter resistido à violação.
O pai da jovem, que quis permanecer anónimo, defendeu hoje que os comentários de Singh deviam ser expostos publicamente e que "toda a gente devia ter o filme", citado pelo canal NDTV.
"Se um homem pode falar assim na prisão, imaginem o que diria se estivesse livre", afirmou, descrevendo o documentário como "uma verdade amarga".
A mãe da vítima disse à NDTV que planeava transmitir o documentário antes da decisão do tribunal, que não se opunha à proibição, mas acreditava que a postura de Singh é comum na Índia.
"Não me interessa o que o Governo faz, proíbe o filme, não proíbe o filme, o que sei é que ninguém está com medo. Não é apenas Mukesh que pensa assim", afirmou.
Na noite de 16 de Dezembro de 2012, a estudante foi violada e torturada por seis homens num autocarro em movimento em Nova Deli, tendo morrido 13 dias mais tarde num hospital em Singapura.
Lusa/SOL