Na lista dos dados acumulados deste programa, 1.777 chineses já compraram uma casa pelo valor mínimo de 500 mil euros desde 2012, sendo seguidos por 74 investidores brasileiros e 70 russos, lê-se no comunicado hoje divulgado pela APEMIP.
Recorde-se que ainda há duas semanas, numa conferência perante a comunidade chinesa residente em Portugal e que celebrava a chegada do novo ano chinês, o secretário-geral do PS destacava precisamente o investimento destes cidadãos em Portugal e reconhecia que “numa ocasião difícil… os investidores chineses disseram ‘presente’, vieram, e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar na situação em que está hoje, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos”. E acrescentou: “Foi uma ajuda muito importante para que o país possa ter reencontrar um caminho de estabilidade e confiança no seu futuro”.
Dos 2.203 vistos atribuídos desde 2012, 2.088 estão associados à aquisição de casas, 113 à transferência de capitais e três por criação de pelo menos 10 postos de trabalho.
Citado no comunicado, o presidente da associação, Luís Lima, reconheceu o impacto da investigação judicial à atribuição das autorizações de residência, mas notou que a questão não teve “dimensões dramáticas”, considerando “natural que tenha havido uma retração, na medida em que o impacto mediático deste escândalo foi brutal”.
Desde a sua criação, os vistos ‘gold’ registaram 1,3 mil milhões de euros de investimento, com a aquisição de bens imóveis a ultrapassar os 1,2 mil milhões de euros.
O programa de atribuição de vistos prevê a emissão de autorizações de residência para estrangeiros, oriundos de fora do espaço Schengen, com investimentos em Portugal por um período mínimo de cinco anos.
A Assembleia da República deverá aprovar, por proposta do Governo, o alargamento do programa a investimentos à reabilitação urbana, atividades de investigação ou apoio à produção artística e cultural e a majoração dos projetos realizados em territórios de baixa densidade.
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