"É uma pesadíssima herança da má governação socialista, do desleixo, da inacção, da falta de cuidado reiterada, porque estas multas vêm a crescer", disse.
"Fomos avisados em 2005, 2006, que não estávamos a cumprir, não houve acção coincidente com a necessidade de resolver o problema e a verdade é que chegámos a 2011 com um problema muitíssimo avolumado que está agora à vista", lamentou.
Assunção Cristas falava aos jornalistas em Ponte de Sor (Portalegre), à margem da visita do Presidente da República, Cavaco Silva, à unidade da Corticeira Amorim, iniciativa inserida na jornada dedicada à floresta portuguesa: sobreiro, pinheiro, eucalipto.
O jornal Público adianta na edição de hoje que a Direcção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia está a exigir ao governo português o reembolso de 143,4 milhões de euros relativos a pagamentos irregulares aos agricultores portugueses nos anos de 2009, 2010 e 2011.
"Portugal foi muito desleixado durante a governação socialista, não fez a revisão do parcelário agrícola e, portanto, nós temos multas, que são várias, em lotes de três, multas que dizem respeito a 2005, 2006, 2007, 2008, dizem respeito a 98 milhões de euros e por fim a notícia que é dada hoje, que é de 2009, 2010 e 2011 correspondente a 143 milhões de euros", explicou a governante.
De acordo com a ministra da Agricultura, Portugal tem um total de "277 milhões de euros" para pagar a Bruxelas, sublinhando que o actual governo tem "estancado" as multas a pagar, uma vez que foi feita a revisão do parcelário agrícola.
"Neste momento o problema está resolvido para o futuro", disse.
Assunção Cristas acrescentou que já desenvolveu negociações com Bruxelas no sentido de pagar as multas e, em 2014, o governo já pagou "68 milhões de euros", voltando este ano a devolver "60 milhões de euros" e nos anos subsequentes da mesma forma.
Em relação à multa agora aplicada de 143 milhões de euros por Bruxelas, a governante adiantou que Portugal está "a contestar" esse valor, no sentido de "baixar um bocadinho" a mesma verba.
A ministra da Agricultura acrescentou ainda que tem uma reunião agendada na segunda-feira, com a Comissão Europeia, no sentido de negociar a dívida, principalmente os valores envolvidos no ano de 2011.
À margem desta situação, Assunção Cristas acompanha hoje o dia do Presidente da República que começou com uma visita aos viveiros da Herdade de Espirra em Pegões, Montijo, naquele que é considerado o maior viveiro de plantas florestais da Europa, actualmente com 20 hectares.
Cavaco Silva ouviu algumas explicações, entre as quais do CEO do grupo Portucel e Soporcel, Diogo da Silveira, antes de iniciar uma visita à estufa que dispõe agora de 250.000 pés–mãe em exploração, que contribuem para a produção de cerca de seis milhões de plantas clonais de eucalipto.
Lusa/SOL