Marinho Pinto falava em Lisboa na Conferência da Cidadania, organizada pela Associação 25 de Abril, que decorre hoje e amanhã na Fundação Calouste Gulbenkian, e que junta notáveis sobretudo de esquerda como Sampaio da Novoa e Carvalho da Silva que se apresentam amanhã aos congressistas, no mesmo dia em que Francisco Louçã também fará uma comunicação sobre o estado da democracia.
O Senado, segundo Marinho Pinto, seria composto por 40 a 50 membros, "alguns deles vitalícios, como em qualquer Senado, onde estão os chamados senadores da República, como os ex-Presidentes da República e da própria AR, que deviam pertencer vitaliciamente a este Senado", explicou o fundador do PDR.
"Os restantes senadores seriam eleitos pelo método D'Hondt, através do sistema misto de apresentação de listas através de partidos e de candidaturas autónomas de cidadãos, a que se candidatariam determinados cidadãos com uma idade mínima, como acontece para a candidatura à Presidência da República", acrescentou Marinho Pinto.
A criação de um Senado na AR permitiria, segundo o candidato do PDR às próximas legislativas, "um refrescamento das maiorias políticas". Além disso, a existência de um órgão desta natureza poderia significar "a capacidade para refrear os excessos e até os abusos das maiorias parlamentares".
"Mesmo pessoas que habitualmente pertencem a certas maiorias dariam um sentido de mais moderação à própria maioria política. A dra. Manuela Ferreira Leite, o dr. Bagão Felix e o dr. Freitas do Amaral, que pertencem inegavelmente à direita portuguesa, se estivessem num Senado seriam muito úteis para refrear os excessos e até os abusos da maioria parlamentar", rematou Marinho Pinto.