A proposta anunciada pelo do líder socialista é que o governador passe a ser nomeado por decreto do Presidente da República sob proposta do Governo e só depois de o indigitado ser ouvido na Assembleia da República. Além disso, António Costa propõe que a administração do Banco de Portugal passe a ser por proposta do Governador. Actualmente tanto o Governador como a administração do Banco de Portugal são nomeados por resolução do Conselho de Ministros.
O mandato do actual governador, Carlos Costa, acaba entre Maio e Junho e os socialistas querem que o próximo responsável já seja nomeado com estas regras, pelo que vão entregar a proposta no Parlamento já na próxima semana.
Para “reforçar a independência e autenticidade”, o líder do PS quer que a designação do governador “não seja um assunto resolvido à volta da mesa do Conselho de Ministros” e garante que a intenção não é que seja o PS a escolher o próximo Governador. “Temos sentido de Estado mas não vamos dizer o que o Governo devia fazer, dizer que está em final de mandato e por isso não vai nomear, fica tudo para o próximo Governo. Não queremos o nosso governador do Banco de Portugal, mas queremos um governador que seja português, de Portugal e do nosso Banco de Portugal”, justifica.
No discurso de encerramento das jornadas parlamentares do PS, Costa queixou-se da transparência nas nomeações para os cargos superiores da Administração Pública, nomeadamente na Segurança Social. E disse que deve ser feita uma “avaliação” do trabalho da CRESAP, a entidade que avalia os currículos de quem concorre aos cargos de direcção superior na Administração Pública. “O futebol é um jogo simples, são 11 contra 11 e no final ganhava sempre… olho para os resultados na CRESAP e começo a achar que a história é parecida. Muita transparência, muitos currículos, apresentam três candidatos mas no fim é sempre alguém do PSD ou CDS que é nomeado para aquele lugar”, acusou.
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