Segundo o documento, o crescimento para este ano deverá acelerar cerca de 1,5%, “beneficiado por uma conjuntura externa muito mais favorável”. Contudo, “a expectativa para o défice orçamental global é que permaneça marginalmente acima da meta de 3% do PIB segundo o procedimento de défices excessivos, cifrando-se em 3,2% do PIB”. As previsões do Governo apontam para um défice de 2,7%.
O Fundo refere que o programa de ajustamento implicou um “grande número” de reformas estruturais. Este processo de reformas foi por vezes “levado adiante a despeito da oposição de lobbies e interesses instalados”, mas teve um “papel significativo na restauração da credibilidade do país entre os participantes do mercado e investidores estrangeiros”. Assim, acrescentam os técnicos, o desafio para os decisores políticos será consolidar estas orientações. E é apontado um caminho: “Apenas uma reforma profunda do Estado poderá produzir resultados tangíveis no que respeita à melhoria do funcionamento da administração pública”.
Os técnicos do FMI consideram que a contenção orçamental deve ser atingida “sobretudo através da racionalização das despesas no contexto da introdução de metas para as despesas em todas as esferas da administração pública”, o que “exigirá novos esforços assentes nas reformas estruturais nos regimes de salários e pensões”.
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