Fernando Caçoilo, actual presidente da Câmara, esteve na génese do projecto. Na altura era vereador com a responsabilidade do trânsito e preocupava-o a elevada sinistralidade, acreditando que "é de pequenino que se torce o pepino".
Há 12 anos era uma ideia inovadora e não havia na região qualquer escola semelhante, virada para o 1.º ciclo e jardins-de-infância, pelo que foi a Braga, onde havia uma escola dessas, ver como funcionava.
"De então para cá penso que tem sido uma boa escola para as crianças do município que experimentam conduzir e recebem uma 'carta de condução', mas também para as dos municípios vizinhos, que aproveitam as visitas", considera Fernando Caçoilo.
Tendo como parceira a GNR, os ensinamentos da Escola Municipal de Educação Rodoviária (EMER), acabam por chegar também aos pais, que são alertados pelas crianças, quando presenciam infracções.
Amadurecido o projecto, o presidente da Câmara está agora apostado em virar a escola para as famílias, explorando também a vertente lúdica, com a realização de festas de aniversários e "férias divertidas", que é também uma forma de divulgar a estrutura.
Nos últimos sábados de cada mês, a escola abre às famílias e pais e filhos podem ir para lá brincar. É o "EMER em família", mas a prioridade continua a ser a função educativa, segundo Ana Seabra, responsável pela EMER.
"Temos uma oferta diária do programa "ESMERA-te", em que aprendem alguns ensinamentos das regras de trânsito, consoante os públicos e as faixas etárias. A parte mais desejada pelos alunos é vir para a pista e tentar pôr em prática o que aprenderam. Adoram os semáforos quando ficam no vermelho e passa um peão", descreve.
Ana Seabra realça o impacto das visitas escolares na prevenção rodoviária: "as crianças não mentem e por vezes contam que o pai passou o vermelho, ou que vão sentados à frente sem a cadeirinha. É também uma mensagem para levar aos pais porque um dos objectivos é que transmitam os ensinamentos aos adultos".
É o caso de João, aluno da EB1 da Marinha Velha, que na sua inocência não se coíbe de apontar infracções do pai, mas também as dele.
Andou de bicicleta e de carrinho na pista e a agitação de conduzir um carro pela primeira vez distraiu-o.
"Só não respeitei alguns sinais porque fiquei um pouco nervoso porque nunca tinha estado aqui", diz, levando mais uma lição da EMER: na estrada não pode haver distracções.
Lusa/SOL