O efeito Stieg Larsson, autor da trilogia Millenium que também deu origem a filmes com grande sucesso de bilheteira (A Rapariga com a Tatuagem do Dragão), voltou a dar novo protagonismo à tendência. Mas a lista de escritores de policiais bem sucedidos, divididos entre a Suécia, a Noruega e a Dinamarca, pode continuar: Henning Mankell, Camilla Lackberg, Karin Fossum ou Kerstin Ekman são apenas alguns exemplos, já para não falar de séries como a dinamarquesa que inspirou The Killing ou Borgen, que tem sido transmitida na RTP2. «Perguntam-me muitas vezes sobre isso e tento sempre parecer inteligente e analítico na resposta», comenta Jo Nesbo. E desenvolve: «Mas a verdade é que não sei qual é o motivo. Pode ter a ver com uma tradição que remonta aos anos 70. Nessa altura, Sjöwall e Wahlöö escreviam policiais políticos, de esquerda, que analisavam a sociedade. Acima de tudo eram bons escritores que tiraram os policiais dos quiosques e os levaram para as livrarias com os livros ditos sérios. Isso fez com que muitos escritores quisessem escrever policiais também. Mas também posso dizer que há tantos maus escritores de policiais na Escandinávia como no resto no mundo».
Talvez não haja mesmo explicação, mas já há quem aponte características próprias ao nordic noir: ambientes particularmente negros, questões sociais e heróis problemáticos. Harry Hole que o diga.