Em 1990 Debra Jean Milke tinha sido condenada pelo assassínio do filho de quatro anos. Mais de duas décadas depois, viu o seu julgamento anulado por um tribunal federal porque os procuradores tinham omitido um historial de más práticas dos detectives que tinham investigado o caso. Este foi reaberto e, na semana passada, a acusação perdeu o último recurso que podia apresentar para que fosse de novo julgada.
Segundo as autoridades , em Dezembro de 1989 a mulher terá vestido a criança com um fato de cowboy e entregou-a a dois amigos que o iriam levar a um centro comercial para ver o Pai Natal. Os homens eram James Styers, que vivia na mesma casa que a mulher e o seu filho, e um amigo deste, Roger Scott. Os homens levaram o menino para um deserto nos arredores de Phoenix, onde Styers o matou com tiros na nuca. O móbil do crime seria um seguro, que Milke receberia pela morte do filho e que partilharia com Styers. Terá também declarado à polícia que não queria que o menino crescesse como o ex-marido.
A condenação à morte estava inteiramente suportada no relato que terá feito ao detective Armando Saldate e ao seu parceiro. Mas os homens foram posteriormente desacreditados – Saldate está reformado e o parceiro já morreu – e não havia nem registo nem testemunhas de tal confissão. Numa série de outras sentenças ficou registado que o detective mentiu sob juramento e violou os direitos dos suspeitos durante os interrogatórios.
Ao longo dos anos Debra Milke insistiu na sua inocência e negou que alguma vez tivesse confessado o crime. Pelo contrário, Scott admitiu o envolvimento logo no dia seguinte ao assassínio, tendo sido dele que partiu a acusação que os três teriam planeado a morte da criança para depois repartir o prémio do seguro. Styers negou sempre essa versão, e Scott terá acabado por recuar. Os dois homens foram condenados por homicídio e estão no ‘corredor da morte’, mas nunca testemunharam contra a mulher.