O site afirma que a deputada, uma desconhecida para a maioria há quatro meses, passou para o estrelato “pela sua busca obstinada dos responsáveis pelo maior colapso empresarial do país numa geração".
Descrevem as suas questões a figuras ligadas ao Grupo Espírito Santo, nomeadamente a Ricardo Salgado ex-CEO do BES, como “incisivas e directas”.
“Ela consegue expressar a frustração que as pessoas sentem em relação a uma pequena elite, que costumava liderar o sistema financeiro do país durante décadas”, explica o politólogo António Costa Pinto à Bloomberg, referindo o seu estilo de questões como “curtas e duras, num país onde as pessoas são normalmente mais subtis".
O site adianta ainda que a deputada de 28 anos, "que se veste de negro e calça All Stars", integrou o Bloco de Esquerda em 2013. Cresceu no Alvito, uma das zonas mais pobres do Alentejo, tem uma licenciatura em Economia e a política é algo que “lhe corre nas veias”.
A Bloomberg conta ainda a história de seu pai, Camilo Mortágua, que foi um dos activistas políticos que, em 1961, obrigou um piloto de um voo da TAP que fazia a ligação entre Casablanca e Lisboa, a voar em círculos sob a capital para poderem atirar centenas de panfletos a apelar o fim do regime ditatorial de Salazar. A sua irmã gémea, Joana, também pertence ao partido.
“Costumava ficar acordada até às 3h, 4h da manhã para juntar as peças do puzzle”. Um esforço que deu frutos já que as audiências no canal parlamentar subiram 45% e um vídeo, publicado no YouTube, com Mortágua na comissão parlamentar conta com mais de 200 mil visualizações.
A Bloomberg compara a crescente popularidade de Mariana Mortágua com a queda das intenções de votos no Bloco de Esquerda, em recentes eleições, ao contrário do que tem acontecido em outros países europeus. A deputada referiu que está a “lutar pelas pessoas que foram vítimas do excesso do grupo Espírito Santo”.
“Recebo muitos emails de pessoas que perderam todo o seu dinheiro. Tem de ser feita justiça”, afirma Mariana Mortágua.