O líder do PS fez o anúncio esta tarde, durante uma reunião da Assembleia Municipal. Há muito que se especulava sobre o momento da saída de Costa da Câmara de Lisboa mas o tabu foi mantido até ao último momento.
Depois de quase duas horas e meia de reunião da Assembleia Municipal e já depois de o presidente em exercício, José Leitão, dar por encerrados os trabalhos, Costa pediu a palavra para fazer uma “pequena declaração”. Apesar de não estar regimentalmente previsto, Costa pediu a “confiança” do presidente e fez o anúncio: “É a última reunião da Assembleia Municipal de Lisboa em que estarei presente. Não queria deixar que os trabalhos encerrassem sem dar uma palavra de saudação a todas as senhoras e senhores deputados, em particular ao senhor presidente, à senhora presidente Helena Roseta, visto que amanhã, na reunião de Câmara, apresentarei o meu pedido de renúncia ao mandato”.
Costa quis sublinhar o “prazer enorme” que foi estar à frente da capital ao longo dos últimos oito anos e lembrou os “momentos de vivacidade maior” dos debates com os deputados de todas as bancadas. “Espero ter sempre considerado o máximo possível a Assembleia Municipal e, da parte dos senhores deputados, só retenho atenções e simpatia, mesmo na crítica porque a crítica é mesmo o sal da democracia. A crítica, o ataque, o combate fazem parte da democracia”, afirmou.
Depois de um agradecimento especial às presidentes da Assembleia Municipal com quem trabalhou estes anos, Paula Teixeira da Cruz, Simonetta Luz Afonso e Helena Roseta, Costa terminou fazendo votos de “continuação de um excelente mandato” a todos. Os deputados do PS aplaudiram de pé.
Para amanhã está marcada uma declaração à imprensa, às 12h00, nos Paços do Concelho.
Desde que foi consagrado líder do PS, em Novembro, que a acumulação com o cargo na autarquia suscitou críticas dos seus opositores, principalmente à direita. Algumas notícias davam nota de que o anúncio de renúncia do mandato estaria para breve e seria antes do Verão mas não deixou de ser inesperado. Costa vai agora dedicar-se a 100% ao partido e à campanha eleitoral que aí vem.