Mas, escusando-se a antecipar quaisquer medidas, o actual vice-primeiro-ministro remeteu o “ponto da situação” desse trabalho para Assunção Cristas, vice-presidente do partido e ministra do Mar, Agricultura e Ordenamento do Território – a quem entregou a coordenação do programa com que o CDS se apresentará aos eleitores caso vá a votos sozinho, ou de onde sairão contributos para um programa conjunto com o PSD se se confirmar o novo acordo de coligação.
Aliás, a este propósito, já antes em declarações aos jornalistas o vice-presidente do CDS Diogo Feio sublinhara que os centristas estão a trabalhar em ideias e propostas próprias, independentemente de concorrerem às legislativas coligados com o PSD, matéria relativamente à qual não quis adiantar "rigorosamente nada”.
"Os partidos, independentemente de como se podem apresentar a eleições, têm autonomia, têm ideias próprias, têm propostas, e é natural que assim suceda e é natural que o CDS as esteja a trabalhar. Sempre o fez a tempo, sempre o fez com tempo, e não seria desta vez que as coisas se passariam diferente", afirmou Diogo Feio.
Blackout sobre Belém
Questionado sobre uma eventual candidatura à Presidência da República, Portas escusou-se a fazer qualquer comentário à saída da reunião. Mas já durante a tarde, quando confrontado pelos jornalistas à margem da apresentação do programa MBIA – McDonald's Business Initiative for Agriculture, o líder do CDS afirmara: "A minha vida partidária é só logo à noite, mas não estou nem aí".
Na altura disse ainda que “à noite” poderia falar mais sobre isso porque teria comissão política mas acabou por não querer falar.
O nome de Portas foi lançado numa entrevista de Pedro Santana Lopes ao Diário de Notícias, no sábado: "Penso que Paulo Portas pode ser candidato a Belém".
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