Na primeira semana com António Costa a tempo inteiro no partido, depois da renúncia de mandato na Câmara para se dedicar à campanha das legislativas, o debate escapou-lhe para as presidenciais e logo com uma rebelião. O apoio do PS a uma candidatura de Sampaio da Nóvoa era dado como certo no fim-de-semana, pelo Expresso, mas as críticas fortíssimas geraram uma clivagem no partido e o secretário-geral optou por um cuidadoso silêncio.
Vaga frustrada por Gama
Os mais críticos do ex-reitor da Universidade de Lisboa, entre eles Sérgio Sousa Pinto – o primeiro a criticar Nóvoa de forma demolidora -, Francisco Assis, Miranda Calha, José Lello e Álvaro Beleza apostaram em Jaime Gama.
Nos últimos dias, lembrava-se o perfil moderador e diplomático do ex-presidente da AR e atribuía-se um peso positivo ao seu silêncio. “Um peixe de águas profundas”, caracterizou-o em tempos Mário Soares, que estaria à espera de uma vaga de fundo para avançar. O eurodeputado Francisco Assis escrevia, no Público, que Gama era “o nome mais adequado para a Presidência”.
A vaga começava a ganhar força mas Ascenso Simões, conselheiro de Costa, apareceu a rebatê-la no Facebook: Gama é um “mau candidato” pela “ausência de vontade”, problemas de comunicação e a “vida para além do exercício político”, chamando a atenção para o facto de o militante número 41 do PS ser presidente de um banco do grupo BES. Em surdina, houve também quem lembrasse a possível associação de Gama ao caso Casa Pia.
Ao final da tarde de ontem, o que no início do dia emergia como uma alternativa a Nóvoa, caía por terra de vez. Gama fez saber que não está disponível para concorrer a Belém.
Os críticos de Nóvoa juntam-se agora para procurar uma outra solução. “Vou fazer o possível para que Sampaio da Nóvoa não seja o candidato do PS”, garante ao SOL José Lello.
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