Filho de Pablo Escobar está em Lisboa

Aos quatro anos já tinha uma mota. Aos nove, recebeu como presente de aniversário as cartas de amor da heroína revolucionária Manuela Saenz para Simón Bolívar. Aos 13, um apartamento.

Juan Pablo Escobar (n. 1977) teve uma infância privilegiada graças ao negócio do pai, Pablo Escobar, um dos maiores e mais carismáticos narcotraficantes de todos os tempos. Em 1988 sobreviveu a um atentado à bomba – acordou com o corpo pressionado pelo tecto, que lhe havia caído em cima enquanto dormia, só não o esmagando graças a uma escultura de Fernando Botero que tinha na mesa de cabeceira.  

Após a morte do pai, em 1993, procurou asilo nos EUA (recusado), fugiu da Colômbia e viveu duas décadas com a mãe no exílio, em Moçambique e Buenos Aires. Hoje chama-se Juan Sebastián Marroquín Santos, é arquitecto e desenhador industrial, e conta toda a sua história em Pablo Escobar – O Meu Pai, editado em Portugal pela Planeta.

O livro revela como Pablo Escobar começou a sua carreira no crime através de pequenos delitos, mas também pormenores mais pessoais, como que o traficante cortava o cabelo a si próprio, tomava duches de três horas e nunca deixava que o vissem fora de si.

Algumas páginas são dedicadas ao rancho Nápoles, que o autor compara à Neverland de Michael Jackson. Tinha um jardim zoológico que custou 2 milhões de dólares e dinossauros de cimento em tamanho real. Quando a família se encontrava ali reunida, chegavam a mandar um helicóptero a Medellín para ir buscar fast food.

Juan Sebastián Marroquín Santos encontra-se hoje e amanhã em Lisboa para promover o seu livro. Depois segue para Madrid.