"Dos 62 comboios programados em todo o país, 24 são de serviços mínimos e os restantes cinco fizeram-se a mais", disse à Lusa a porta-voz da CP, Ana Portela.
O coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), José Manuel Oliveira, adiantou hoje à Lusa que a greve está a afectar a circulação de comboios, estimando uma adesão elevada dos trabalhadores.
"Praticamente em todo o país, quer na CP, quer na CP Carga e na Refer, verificou-se que só estão a circular os [comboios] de serviços mínimos. A adesão à greve é elevada", disse.
De acordo com o sindicalista, na CP Carga, entre as 00:00 e as 06:00 de hoje, circulou apenas um comboio de transporte de combustíveis.
A greve foi convocada por diversas organizações sindicais do sector dos transportes ferroviários para contestar as privatizações decididas pelo Governo para o sector.
O Governo aprovou recentemente a fusão das Estradas de Portugal e da Refer na Infra-estruturas de Portugal e o processo de privatização da CP Carga e da Empresa de Manutenção do Equipamento Ferroviário.
A greve de hoje foi convocada por oito estruturas sindicais representativas dos trabalhadores em protesto contra a privatização das empresas do grupo CP.
Em consequência da greve, estavam previstas perturbações na circulação de comboios às últimas horas de quarta-feira, para os trabalhadores que iniciavam neste dia os seus turnos de trabalho, e também às primeiras horas de hoje, para os trabalhadores que terminavam os turnos de trabalho iniciados no período da greve.
Os sindicatos envolvidos são o Sindicato Nacional Ferroviários de Movimento e Afins (SINAFE), Sindicato Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER), Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes e Industria (SINTTI), Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS).
Fazem ainda parte deste grupo em greve o Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO), Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) e a Federação Nacional de Sindicatos de Transportes Indústria e Energia (FENSTIE).
Lusa/SOL