A polícia do Capitólio, onde está o Congresso, deteve o piloto. Uma equipa de desminagem com um robot examinou o pequeno aparelho, dotado apenas de um lugar, uma hélice e um rotor.
O sobrevoo da capital federal está sujeito a fortes restrições e todas as aeronaves têm de obter uma autorização prévia para penetrar num vasto perímetro em torno de Washington.
Mas a agência federal da aviação civil (FAA, na sigla em inglês) reconheceu implicitamente que este aparelho escapou à sua atenção.
Em comunicado, admitiu que o controlo aéreo não tinha contactado com o piloto e que este não estava autorizado a fazer o voo e foi aberto um inquérito.
Esta foi a segunda situação de alerta "aéreo" que parece apanhar de surpresa as forças da ordem em três meses na capital norte-americana.
Em Janeiro, um homem perdeu o controlo do seu aparelho não tripulado, com cerca de 60 centímetros, que se despenhou nos jardins da Casa Branca. Não provocou qualquer processo, uma vez que os investigadores concluíram que se tratou de um acidente.
O Capitólio e a Casa Branca estão distanciados por cerca de dois quilómetros.
Segundo o jornal do Estado da Florida, no sudeste dos EUA, Tampa Bay Times, que fez uma entrevista extensa e filmou o piloto antes da acção, este é um carteiro, natural da Florida, com 61 anos, chamado Doug Hughes, que detalhou o seu projecto para o caso de morrer durante a concretização deste.
A intenção foi a de cometer um ato de desobediência civil e interpelar os parlamentares norte-americanos sobre a corrupção suscitada pela desregulamentação crescente do financiamento eleitoral.
"O objectivo principal, mais do que alertar o Congresso, que está ao corrente de tudo isto, é o de chamar a atenção dos [norte-]americanos, para que reflictam sobre o que fazer", disse à cadeia televisiva CNN um homem apresentado como amigo de Hughes, Michael Shanahan.
Num sítio da internet apresentado como seu — thedemocracyclub.org –, Hughes tinha anunciado as suas intenções. "Não tenho qualquer tentação ou intenção violenta. Um avião ultraligeiro não representa nenhuma ameaça física relevante".
O aparelho parece ser do tipo Bensen, um ultraligeiro que não requer matricula pela FAA, pode voar com uma velocidade de 105 km/h, mas a sua autonomia de voo é de cerca de 90 minutos.
"Foi criado expressamente para voos de lazer a baixa altitude", disse à agência noticiosa AFP o porta-voz da Associação de Aeronaves Experimentais, Dick Knapinski, sedeado no Estado do Wisconsin, no norte dos EUA.
Lusa/SOL