Restos das vítimas do MH17 encontrados em zona até agora inacessível

Especialistas holandeses recolheram restos humanos no leste da Ucrânia, numa zona de guerra inacessível às buscas desde a queda, em meados de Julho do ano passado, de um Boeing 777 transportando 298 pessoas, provavelmente atingido por um míssil. 

"A missão conseguiu mais uma vez recuperar restos humanos e objectos pessoais em dois locais", declarou um porta-voz do Ministério da Justiça, Jean Fransman, citado pela agência de notícias francesa AFP.

Estas novas buscas foram realizadas num local que estava inacessível nas anteriores missões, devido a combates entre os rebeldes separatistas pró-russos e o exército ucraniano. Como a linha da frente se deslocou, o local, em Petropavlika, ficou agora acessível.

Situa-se a dez quilómetros a oeste de Grabove, onde a maioria dos destroços caiu. Como o avião foi abatido a grande altitude, os escombros e os cadáveres ficaram espalhados por uma área bastante vasta.

Foram igualmente conduzidas buscas noutro local.

"Objectos pessoais foram dados aos membros da missão pela população local: tratava-se de jóias", precisou o ministério em comunicado.

A Holanda já recolheu, em anteriores missões, muitos restos humanos, objectos pessoais das vítimas e pedaços do avião. Até agora, foram identificados os restos de 296 vítimas.

Interrompidas devido ao inverno, as buscas foram retomadas hoje na zona onde um Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines se despenhou a 17 de Julho de 2014.

As autoridades holandesas foram encarregadas da investigação sobre as causas do acidente, do inquérito penal sobre a responsabilidade da catástrofe e do processo de identificação das vítimas.

A Ucrânia e os Estados Unidos afirmam que o aparelho foi abatido por um míssil terra-ar fornecido por Moscovo aos separatistas pró-russos. A Rússia desmente e aponta o dedo às forças ucranianas.

Lusa/SOL