União mundial contra a dor

A dor está por todo o lado. Assim o assumiu a comunidade médica desde que, em Maio de 1973, um professor de anestesiologia da Universidade de Washington (EUA) decidiu reunir-se com um grupo de investigadores que se dedicava a estudar a dor. A ideia era consolidar o conhecimento sobre a matéria de uma forma interdisciplinar…

Assim foi. Um ano depois, formava-se a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP, segundo a sigla em inglês), que, desde então, tem compilado todo o conhecimento e incentivado à investigação científica e clínica permanente. A sua 'tradução' do lado de cá do Atlântico Norte viria a ser feita em 1991, com a constituição da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, tendo o assunto também amplo acompanhamento pela Direcção-Geral de Saúde, que em 2013 aprovou um Plano Estratégico Nacional de Prevenção e Controlo da Dor, que sucede a um plano que já tinha sido definido anteriormente. 

A IASP tem definido um Ano Internacional da Dor correspondente a áreas clínicas específicas desta ampla disciplina. O ano de 2014/2015 está consagrado à dor neuropática, um 'chapéu' que abrange um sem-número de maleitas relacionadas com lesões ou doenças do sistema nervoso e que normalmente são descritas como um 'choque eléctrico'. Tratando-se, muitas vezes, de uma dor crónica, pode afectar a mobilidade dos doentes, causar perturbações no sono e dificuldades de concentração, que resultam na perda de 500 mil dias de trabalho por incapacidade, segundo a Federação Europeia para a Dor, a congénere da IASP no Velho Continente. 

ricardo.nabais@sol.pt