"A partir desta segunda-feira já as nossas energias estão voltadas para a operação no período de greve", admitiu Fernando Pinto, em conferência de imprensa, em Lisboa, reconhecendo que teve "esperança" de que fosse possível a greve ser desconvocada.
E acrescentou: "Temos a certeza de que teremos muitos pilotos que, sensibilizados pelo momento, irão pensar sem dúvida nenhuma no cliente, no passageiro, na empresa e irão voar".
Os pilotos da TAP marcaram uma greve, entre 01 e 10 de Maio, por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em Dezembro de 2014, nem um outro, estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação no capital da empresa no âmbito da privatização.
No que refere ao acordo de 1999, Fernando Pinto advoga que este apenas se ajusta actualmente a 190 dos "cerca de mil pilotos" da companhia, sendo que uma outra exigência – a reposição, com retroactivos, de diuturnidades cortadas – não pode ser atendida pela TAP.
"Não podemos fazer essa parte. Seria contra a lei. Não temos condições algumas de atender esse pedido", vincou o presidente da empresa.
Um total de 450 pilotos esteve em reuniões com a administração da TAP e houve "óptimos diálogos", declarou Fernando Pinto.
"Tive esperança [na desconvocação da greve], mas ao longo do processo, que durou até às 0:00 de sexta-feira, a resposta dos sindicatos dos pilotos foi a mesma, de que não voltariam atrás com a greve", assinalou ainda o responsável.
E sublinhou: "Nada foi aceite. Da minha parte considerei como finalizado o processo de negociação".
O Tribunal Arbitral decidiu hoje que os serviços mínimos para a greve de pilotos da TAP e da Portugália, entre 01 e 10 de maio, incluem a realização de voos para Açores, Madeira, Brasil, Angola, Moçambique e sete cidades europeias.
De acordo com a decisão hoje divulgada, vão ser realizados todos os voos programados de e para a Região Autónoma dos Açores, bem como três voos Lisboa/Funchal, em cada um dos dias de greve, e três voos Funchal/Lisboa, também em cada um dos dias de greve.
A TAP já se mostrou desiludida com os serviços mínimos decretados.
Lusa/SOL