De acordo com o estudo, as mulheres trabalham diariamente 302 minutos de trabalho doméstico e de assistência não remunerada aos dependentes, contra apenas 77 minutos dos homens.
Já em termos de trabalho remunerado, em média as mulheres trabalham 160 minutos por dia, contra 269 minutos dos homens.
Estes dados fazem parte do relatório "Progresso das Mulheres do Mundo 2015: Transformar Economias, Realizar Desejos", produzido pela ONU Mulheres, a organização dentro das Nações Unidas dedicada à igualdade e emancipação das mulheres, foi hoje lançado em várias cidades do mundo, incluindo Londres.
O documento é publicado numa altura em que a comunidade internacional discute a agenda do desenvolvimento para o pós-2015 e coincide com o 20º aniversário da comemoração da 4ª Conferência Mundial sobre Mulheres, em Pequim, que determinou uma agenda para melhorar a igualdade entre géneros.
Desde 1995, reconhece, existiu progresso, nomeadamente num maior acesso de mulheres ao ensino, à participação política e posições de liderança e também a maior protecção jurídica contra violência e a discriminação laboral, económica e social.
Porém, referem os autores, as mulheres continuam em trabalhos pouco qualificados e baixos salários e muitas vezes sem acesso a cuidados de saúde, água potável ou saneamento básico.
O relatório determina 10 prioridades para a acção pública, começando por reivindicar mais e melhores empregos para mulheres, a redução da disparidade profissional e salarial entre homens e mulheres, o fortalecimento da segurança económica das mulheres ao longo da vida, a redução e redistribuição do trabalho doméstico e o investimento em serviços sociais com consciência das questões de género.
Portugal é um país considerado desenvolvido em várias matérias: tem leis contra discriminação entre géneros a nível salarial ou no recrutamento e proíbe o assédio sexual no local de trabalho.
Evoluiu também em termos de taxa de participação laboral das mulheres, que aumentou de 49% em 1990 para 55% em 2013, enquanto que a taxa masculina baixou dos 72,3% para 66,2%.
Lusa/SOL