"Foram encontrados corpos nas casas, nas ruas e ainda mais na ribeira Damasak, cujo leito está seco", afirmou Kaumi Kusur, um habitante, que acrescentou que as vítimas tinha sido sepultadas em 20 fossas comuns durante o fim-de-semana.
Segundo um outro habitante que ajudou a sepultar os corpos no sábado, Mohammed Sadiq, o balanço dos mortos poderia superar os 400, enquanto o Governo do Estado do Borno aludiu a "centenas" de cadáveres.
Soldados provenientes do Chade e do Niger, Estados vizinhos da Nigéria, reconquistaram a cidade em 09 de Março último, no quadro de uma ofensiva regional contra o Boko Haram, que tinha conquistado a cidade em Novembro do ano passado.
Cerca de 200 rebeldes foram mortos nesta operação, tal como 10 soldados da coligação internacional, segundo uma fonte do sector de segurança do Chade.
Em 20 de Março, o porta-voz do exército chadiano, Azem Bermandoa Agouna, mencionou a descoberta de uma centena de corpos numa fossa comum, sob uma ponte, no exterior de Damasak, alguns dos quais estavam decapitados.
Agouna estimou então que o massacre teria ocorrido em Janeiro.
Sadiq falou hoje dos corpos cobertos pelas areias do deserto próximo "Formos mobilizados pelas autoridades do Estado para enterrar os corpos, o que fizemos. Havia corpos de mulheres, crianças e homens na flor da idade", acrescentou.
Kusur adiantou que o número de corpos descoberto desta vez, na quinta-feira da semana passada, "ultrapassava claramente" o dos cadáveres encontrados em Março, quando a cidade foi libertada.
"Sepultámo-los devidamente, com os corpos já em estado de decomposição, em mais de 20 fossas comuns, que podem ser identificadas se for preciso", acrescentou.
Lusa/SOL