Foram muitos e ‘seremos muitos mais’, palavra de Nóvoa

O Teatro da Trindade foi pequeno para todos quantos quiseram aplaudir a candidatura de Sampaio da Nóvoa à Presidência da República. As portas da sala de espectáculos no coração de Lisboa abriram as 19 horas e 20 minutos não restava uma única cadeira livre. Valeu um ecrã gigante na fachada do edifício com transmissão directa…

A organização prometera ainda antes do início da cerimónia, que durou pouco mais do que 50 minutos, cumprindo-se assim a vontade do candidato (queria uma sessão curta), que Nóvoa havia de se dirigir pessoalmente a quem não conseguiu um lugar na sala. E assim foi.

Depois de um discurso muito aplaudido que terminou com o hino nacional cantado por um coro, o professor universitário saiu para o largo em frente ao teatro onde foi recebido com um forte aplauso. Sampaio da Nóvoa desafiou os seus apoiantes a multiplicarem o apoio, para aumentar a onda de apoio. "Vamos a isto que já se faz tarde", disse. "Seremos muitos mais", garantiu.

Mario Soares e Jorge Sampaio, ex- Presidentes da República eleitos pelo PS, não faltaram à chamada do candidato. Ramalho Eanes, também ex- chefe de Estado, não apareceu no Teatro da Trindade mas já terá feito saber que apoia a candidatura do ex-reitor da Universidade de Lisboa na corrida à sucessão de Cavaco Silva.

Sobre o apoio do PS à candidatura do ex-reitor, João Cravinho, ex-ministro do Equipamento socialista, foi claro: "Há uma táctica, uma estratégia e um imperativo de missão do PS: vencer as legislativas e a seu tempo pensar nas presidenciais".

Sampaio da Nóvoa irá apresentar em breve o seu entendimento sobre as funções de Presidente numa carta de princípios. Ainda assim, o candidato garantiu que não será "um espectador impávido da degradação da nossa vida pública". Nóvoa comprometeu-se ainda que tudo fazer "para reforçar a democracia, para estimular os governos e oposições a cumprirem funções com sentido reformista e de Estado, para consolidar a cooperação institucional, para promover uma maior participação dos cidadãos na vida política".

Para os que recebem com dúvidas a candidatura do ex-reitor, ficou a certeza: "candidato-me para unir os portugueses, para juntar anseios de mudança, para celebrar com os portugueses pactos de futuro, e não de passado, pactos de mudança, e não de resignação". E, mais uma vez, o desafio a uma candidatura de convergência: "Tudo na mesma é que não". 

ricardo.rego@sol.pt