Em causa, segundo um comunicado da Procuradoria-geral da República, estão crimes de corrupção activa e passiva, participação económica em negócio, branqueamento, abuso de poder e falsificação de documento. João Correia estava em prisão preventiva há um ano, e agora vai aguardar julgamento “sujeito à medida de obrigação de permanência na habitação, com recurso a vigilância electrónica”.
De acordo com a PGR, ficou indiciado que os “arguidos actuaram concertadamente no sentido de beneficiar determinados empresários, mediante a adjudicação de contractos públicos em violação das normas da contratação pública e em prejuízo do princípio da livre concorrência”.
Em investigação estiveram vários ajustes directos feitos pelo antigo dirigente do MAI entre 2011 e 2014. O esquema passaria por beneficiar empresas, empresários, arquitectos e projectistas a quem o principal arguido adjudicava obras públicas, das quais inflacionava os custos, para tirar proveitos para si e para terceiros.
Com esse objectivo, João Correia terá montado uma rede de influência que passava por vários departamentos da Administração Pública e também pela maçonaria. Além de integrar uma das importantes lojas do Grande Oriente Lusitano – a Loja Rosado Correia, nome dado em homenagem ao seu pai, antigo grão-mestre -, o arguido liderava, na altura em que foi preso, um grupo de elite maçónico (Clube 50) que incluía elementos da outra obediência maçónica, a Grande Loja Legal de Portugal, tendo-se verificado que alguns dos intervenientes neste processo são também maçons.