O ministro da economia apelou hoje à noite aos pilotos da TAP para que trabalhem nos próximos dez dias e considerou que a greve terá "efeitos muito negativos para a sustentabilidade da empresa".
"Apelo aos pilotos", que estão habituados a tomar decisões em muitas situações por vezes delicadas, para "irem trabalhar de 01 a 10 de maio", porque "Portugal precisa", disse Pires de Lima, numa curta declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas.
O ministro afirmou que ninguém da sociedade portuguesa está a favor da greve e lamentou "profundamente" a decisão "tão radical" do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).
Pires de Lima disse ter ainda esperança de que os pilotos reconsiderem e que, por esse motivo, não quer fazer mais declarações que possam dificultar essa decisão.
"Acreditámos que o sindicato, reconhecendo o sentimento expressivo da população, reconsiderasse e tivesse o bom senso e a responsabilidade" para desconvocar a paralisação, disse o ministro alguns minutos depois de o SPAC, que hoje manteve uma reunião com a administração da TAP, ter anunciado que se mantinha a greve.
Afirmando que a greve dos pilotos, a acontecer, terá "efeitos muito negativos para a economia", especialmente no turismo, Pires de Lima acrescentou, frisando não ser chantagem, que os efeitos os mesmos efeitos negativos se reflectirão na "sustentabilidade económica e financeira" da TAP.
O SPAC disse hoje, em conferência de imprensa ao início da noite, que mantém a greve que se inicia à meia-noite, considerando que a administração da TAP não deu as "contrapartidas suficientes" para recuar na paralisação.
"Não temos as contrapartidas suficientes", disse, em conferência de imprensa, o director do SPAC, Hélder Santinhos, depois de ter afirmado que a greve de 10 dias dos pilotos da TAP e da Portugália se inicia mesmo à meia-noite.
Lusa/SOL