Pires de Lima, que se reuniu hoje ao fim da tarde com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, e com o presidente da TAP, Fernando Pinto, afirmou aos jornalistas não haver "nada para negociar", uma vez que "cada um fez aquilo que entendia fazer", mesmo depois de, na noite de quinta-feira, o Governo "ter mostrado abertura e de ter ido ao encontro de algumas pretensões" dos pilotos.
O ministro não ficou surpreendido com a falta de adesão dos pilotos da TAP no primeiro dia de greve, referindo que os que foram trabalhar não fizeram nenhum favor ao Governo.
"Os pilotos que vieram trabalhar hoje não estão a fazer nenhum favor ao Governo, não significa que eles estão a favor da privatização. O que estão a fazer é reconhecerem a importância da empresa para o país, para a sua economia", afirmou António Pires de Lima.
Dos voos previstos até às 17:00 de hoje, o primeiro de 10 dias de uma greve convocada pelo Sindicado dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), 69,75% realizaram-se, revelou a porta-voz da TAP, Carina Correia.
De acordo com a mesma fonte, "nos voos operados em equipamento TAP, 155 foram realizados e 31 cancelados, enquanto nos voos em equipamento Portugália se realizaram 11 e se cancelaram 41".
O ministro admitiu também não ter ficado surpreendido com a não adesão em massa dos pilotos no primeiro dia de greve, adiantando esperar que o número de pilotos que vai trabalhar aumente nos próximos dias.
"Esta decisão é obviamente importante para os pilotos, mas também para os outros trabalhadores da TAP, que asseguram a regularidade da empresa. O que desejo é que continuem a trabalhar e, se possível, que aumente o número de pilotos e voos. Mesmo nos percursos de curto cursos, onde a incidência da greve é maior, faço um apelo aos pilotos para verem a atitude dos seus colegas. É importante para o país os aviões levantarem voo", disse.
Lusa/SOL