Já não é novidade que o mercado imobiliário está a animar e os resultados da Century 21 Portugal do primeiro trimestre de 2015 provam isso mesmo. O volume de negócios mediados pela rede nas transacções de imóveis atingiu, até Março, mais de 92 milhões de euros. Neste período, a imobiliária facturou mais de quatro milhões de euros, que traduzem um aumento de 38%, em comparação com os 2,9 milhões de euros do mesmo período no ano passado.
A Century 21 realizou 1.327 transacções de venda no trimestre, que representam um aumento de 26% face às 1.057 vendas homólogas.
Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal, revela que o 1.º trimestre ficou marcado por uma maior dinâmica na procura pelas famílias portuguesas do segmento médio e médio baixo. «A abertura da banca ao crédito à habitação, bem como outros indicadores macroeconómicos, estão a ser determinantes para a confiança das famílias e investidores no imobiliário português», admitiu.
Os valores médios dos imóveis transaccionados na rede Century 21 Portugal fixaram-se nos 129 mil euros de Janeiro a Março.
Na opinião do gestor, a cultura de proprietário está muito enraizada em Portugal e o perfil dos nossos proprietários mantém-se inalterado na sua base, ou seja, as famílias portuguesas predominam. «Contudo, nos últimos anos programas como os vistos gold e PRNH [Programa de Residentes Não Habituais] têm alterado esta realidade em algumas regiões, onde os residentes internacionais começam a fazer-se notar, nomeadamente o francês que cada vez mais se ouve em Lisboa», realçou Ricardo Sousa.
Os resultados dos primeiros três meses revelam um crescimento de 10% das transacções internacionais. A rede imobiliária efectuou 311 vendas, face às 284 do período equivalente de 2014. Os mercados que mais contribuíram para esse crescimento foram o inglês, francês, belga, sueco e brasileiro.
Ricardo Sousa garante que Portugal está na moda e na mira dos investidores institucionais e particulares internacionais. «Os vistos gold e o PRNH são um dos principais atractivos, mas os europeus optam por comprar imóveis em Portugal por várias outras razões – cultura, história, beleza natural, infra-estruturas, segurança –, temos um país fantástico e o valor dos imóveis em Portugal, comparativamente com outros destinos europeus, é muito mais competitivo», sublinhou.
Arrendamento em queda
Quanto à área de arrendamento, a rede nacional da Century 21 concretizou 695 transacções, contra as 784 do período homólogo, o que representa uma diminuição de 11%. O valor do arrendamento atingiu uma média de 529 euros.
Apesar desta quebra, o administrador da Century 21 revela que se trata de uma questão cultural e geracional. «Verifica-se uma mudança de hábitos, sobretudo nos jovens, que hoje mais do que nunca optam por arrendar a sua primeira casa. Não disponho de estudos que possam fundamentar esta tendência, mas na minha opinião estamos a assistir a uma mudança de mentalidade nas novas gerações, que privilegiam a mobilidade e outros factores em detrimento da compra de um imóvel», explicou.
A maior abertura dos bancos ao crédito à habitação tem sido uma das causas para esta dinâmica na compra de casa. A baixa das taxas de juro tem ajudado neste crescimento do mercado e Ricardo Sousa adianta que nem a possibilidade de voltarem a subir mais tarde vai trazer consequências para as famílias.