Os pilotos marcaram uma greve, para o período entre 01 e 10 de maio, por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em Dezembro de 2014, nem um outro, estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação de até 20% no capital da empresa no âmbito da privatização.
Em conferência de imprensa hoje, no ministério da Economia, o secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, estimou que se a greve durar os dez dias, tal como foi convocada pelo SPAC – Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, o impacto financeiro será de 30 milhões de euros e voltou a lançar um "repto" à direcção do sindicato dos pilotos para que desconvoquem a paralisação.
Esta manhã tinha sido avançado o valor de 8,4 milhões de euros, como estimativa do impacto da greve nos primeiros três dias, resultante da redução das receitas directas de bilheteira.
"Queria actualizar este valor", afirmou hoje ao fim da tarde o governante, apontando que há "um conjunto de custos" que não estava contemplado no valor anterior e que tem a ver com o alojamento em hotéis para passageiros que não conseguem voar, as refeições e todo o tipo de custos indirectos resultantes de uma paralisação.
Além disso, o montante acima referido não tem "contabilizado a redução de custos/benefícios para a contabilidade da empresa decorrentes do não pagamento de salários aos trabalhadores que estão em greve", explicou.
Feitas as contas, "o efeito agregado de todos estes factores leva-nos a estimar, com alguma precisão, o impacto da greve nos primeiros três dias de operação em 10,020 milhões de euros", disse Sérgio Monteiro.
"Projectado [o impacto] de uma forma linear no tempo para os sete dias restantes", as estimativas apontam para "um impacto da greve superior a 30 milhões de euros", sublinhou.
"Ora aqui chegados, nós ainda estamos a tempo de evitar mais 20 milhões de euros de impacto financeiro", já que "os 10 milhões de euros passados já não os conseguimos evitar" e "os custos indirectos na economia associados a esta paralisação não são passíveis de ser evitados", disse.
No entanto, "podemos evitar os 20 milhões [de euros] e o impacto indirecto na economia", afirmou Sérgio Monteiro, que apelou à "direcção sindical do SPAC" para que desconvoque a paralisação.
"Os pilotos, na sua maioria, já deram a resposta que o país esperava, falta que a direcção sindical desconvoque a greve com a brevidade possível", disse.
Lusa/SOL