Segundo o gabinete do primeiro-ministro Ibrahim Mahlab, a demissão foi aceite pelo chefe do governo.
As controversas declarações foram feitas no domingo na televisão e provocaram uma crescente polémica, sobretudo nas redes sociais.
No Egipto, mais de um quarto das pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza, segundo estatísticas do Governo, embora a taxa seja provavelmente mais elevada. Grande parte da riqueza do país está concentrada nas mãos de uma pequena parte da população.
A função de magistrado tem "prestígio e um certo estatuto", o candidato deve ser proveniente de um "meio respeitável", justificou Mahfuz Saber na televisão.
Interrogado sobre a possibilidade de o filho de um varredor poder aceder à função, respondeu: "ele afundar-se-ia na depressão e abandoná-la-ia".
Os comentários indignados não tardaram a surgir na rede social de mensagens curtas Twitter e uma campanha para pedir a sua demissão do Governo está a ter algum sucesso.
"O filho de um vendedor não pode trabalhar na magistratura mas pode morrer no Sinai para vos defender, indignou-se um homem no Twitter. O exército conduz uma ofensiva nesta península do leste do Egipto, onde um grupo 'jihadista' aliado do movimento radical Estado Islâmico mata regularmente soldados em atentados.
"Quando um país perde o sentido de justiça social nada mais há a esperar", escreveu na mesma rede social Mohamed ElBaradei, antigo vice-presidente do Egipto e antigo director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica.
Em 2014, as candidaturas de 138 aspirantes a funções no Ministério Público egípcio foram recusadas porque os seus pais não tinham diplomas universitários.
Lusa/SOL