O valor das casas baixou em 2014 como reflexo da condição económica do país. Na verdade, nos últimos anos, os valores de avaliação bancária têm vindo a ajustar-se à realidade socio-económica, traduzida em traços gerais por uma contínua instabilidade no mercado de trabalho e no poder de compra das famílias, numa hesitante confiança no mercado e na restritividade bancária.
Segundo o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, do Banco de Portugal, referente ao mês de Dezembro, verificou-se a manutenção das condições praticadas no que diz respeito à concessão de crédito à habitação. De acordo com o estudo, para os próximos três meses prevê-se que a procura de empréstimos para a aquisição de habitação altere de novo o valor das casas. Algumas instituições falam em manutenção, outras admitem um ligeiro aumento na concessão de crédito.
A concessão de crédito tem reflexos nos valores da avaliação bancária. No geral, no período entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2014, a variação homóloga apresentou-se negativa até meados de 2013, conduzindo a valores de avaliação inferiores e a montantes de financiamento mais baixos.
De acordo com dados divulgados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística, entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2014 o valor médio do segmento residencial rondou os 1.044 euros/m2. Comparando os valores médios em termos homólogos, nota-se um decréscimo durante o ano de 2012 e até meados de 2013, com oscilações positivas já em 2014.
Moradias mais ‘baratas’, menos no Algarve
Analisando a avaliação por apartamentos versus moradias, o valor médio global para os apartamentos rondou os 1.081 euros/m2, enquanto as moradias se ficaram pelos 981 euros/m2. Nas variações homólogas, de 2012 até Janeiro de 2014 registaram-se decréscimos nos dois tipos de habitação, tendência também ligeiramente invertida a partir de 2014.
Por regiões, entre o início de 2011 e o final do ano passado, as que apresentavam valores médios de avaliação bancária mais elevados eram Lisboa, Madeira e Algarve. As moradias do Algarve destacaram-se com o valor médio mais elevado, por tipo ou região, com 1.347 euros/m2.
Em termos homólogos, a generalidade das regiões segue a tendência de decréscimo, com excepção dos Açores. Neste arquipélago, entre Junho e Dezembro de 2013 os valores médios de avaliação bancária registaram crescimentos entre 3% e 13%.
Fonte: Gabinete de Estudos da APEMIP