‘Jihadistas’ ameaçam Palmyra

Combatentes do grupo extremista Estado Islâmico (EI) avançaram hoje para as imediações da antiga cidade síria de Palmyra, local qualificado como património mundial da humanidade pela UNESCO, divulgou o Observatório sírio dos Direitos Humanos (OSDH). 

Ao passar nas localidades vizinhas da cidade histórica, os combatentes extremistas sunitas executaram 26 civis, incluindo 10 por decapitação, "por colaboração com o regime" de Damasco, indicou a mesma fonte. 

Estas movimentações dos 'jihadistas' aumentam os receios na Síria de uma eventual destruição da antiga cidade de Palmyra, uma vez que os combatentes do EI já destruíram diversos locais históricos no Iraque.

"Palmyra está ameaçada", afirmou, em declarações à agência francesa AFP, Rami Abdel Rahmane, director da organização não-governamental.

"Os confrontos estão a acontecer a dois quilómetros a leste da cidade, depois do EI ter assumido o controlo de todas as posições do exército entre al-Sukhna e Palmyra", acrescentou.

O valor histórico desta zona localizada a cerca de 240 quilómetros a nordeste da capital Damasco é inestimável, porque abriga as ruínas monumentais de uma antiga cidade que chegou a ser um dos mais importantes centros culturais da antiguidade.

A arquitectura da cidade combina as técnicas greco-romanas com as tradições locais e as influências persas, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Alarmado com a situação, o director das antiguidades e dos museus sírios, Maamoun Abdulkarim, lançou um pedido de ajuda à comunidade internacional.

"É preciso uma mobilização antes e não depois da destruição como foi o caso até agora. Se o EI entrar em Palmyra, isso será a sua destruição, uma catástrofe internacional", frisou o responsável, questionando ainda: "Podemos esconder objectos, mas como podemos proteger a arquitectura antiga?".

"Vai ser uma repetição da barbárie e da selvajaria que ocorreu em Nimrud, Hadra e Mossul", alertou o representante, numa referência a alguns dos locais históricos que foram destruídos e vandalizados pelos 'jihadistas' nos últimos meses.

Os rebeldes controlaram a zona de Palmyra entre Fevereiro e Setembro de 2013, antes do exército sírio ter assumido novamente o controlo da cidade. Durante os combates, o templo de Baal, um dos monumentos mais emblemáticos, sofreu algumas fissuras por causa dos tiros de artilharia.

Lusa/SOL