"Nas assembleias gerais realizadas a 13 do corrente [mês], foi aprovada a harmonização das características dos empréstimos obrigacionistas com a atual legislação europeia para o setor. A representatividade dos votos favoráveis traduziu o sentido de voto de empresas do Grupo Montepio, autónomas do Grupo Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), e de obrigacionistas particulares", salientou fonte oficial do Montepio numa nota hoje enviada à agência Lusa.
Segundo a mesma fonte, "o número de obrigacionistas que manifestaram interesse em participar nestas assembleias foi reduzido, o que poderá decorrer do facto de se tratar de alterações meramente técnicas, uma vez que é intenção da CEMG continuar a pagar os cupões na data prevista e proceder ao reembolso na data de maturidade definida".
Os participantes nas assembleias-gerais de obrigacionistas do Montepio que se realizaram na quarta-feira em Lisboa aprovaram a possibilidade de haver um adiamento do pagamento de juros dos títulos "Rendimento Top", que tinha sido proposta pelo Conselho de Administração liderado por António Tomás Correia.
Nas duas reuniões magnas de obrigacionistas (dedicadas ao detentores das obrigações "Rendimento Top" da primeira e segunda séries) foram aprovados os dois pontos em discussão: a nomeação e remuneração do representante comum dos obrigacionistas, e a modificação das condições dos créditos dos obrigacionistas com vista a assegurar a elegibilidade da emissão enquanto fundos próprios de nível dois.
Em ambos os casos foi alcançada a maioria qualificada de dois terços dos votos dos obrigacionistas presentes, isto, depois de as primeiras reuniões, marcadas para a passada sexta-feira (08 de maio), não terem avançado devido à falta de quórum.
Deste modo, Lourenço Nascimento da Cunha foi nomeado como representante comum dos obrigacionistas.
O segundo ponto que estava em discussão, no qual consta a proposta lançada pela equipa de gestão do Montepio aos obrigacionistas destas emissões para que aceitem eliminar o direito do banco mutualista reembolsar antecipadamente a emissão, bem como deixar de pagar juros nas datas previstas, continuando os mesmos a capitalizar de acordo com a taxa de cupão definida no momento da sua comercialização, também foi aprovado.
Assim, os obrigacionistas aceitaram dar a possibilidade ao Montepio para que, no limite, apenas pague os juros destes títulos na sua data de vencimento, isto é, em 28 de fevereiro de 2018, algo que a equipa de gestão do banco mutualista veio hoje assegurar que não está nos seus planos.
Lusa/SOL