Presidente do Governo da Madeira será ouvido por escrito sobre avença ao BES

O Parlamento da Madeira aprovou hoje  a audição, por escrito, do Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque sobre o caso da avença do Banco Espírito Santo (BES) a um anterior membro do Governo Regional. A decisão foi tomada na comissão especializada de Política Geral e Juventude.

A comissão autorizou Miguel Albuquerque a prestar esclarecimentos relativamente às recentes notícias do semanário SOL sobre a avença que terá sido paga pelo BES a um membro do Governo de Jardim, "sem que para isso houvessem aparentes contrapartidas".

A iniciativa de levar o assunto ao parlamento regional partiu do grupo parlamentar do Juntos pelo Povo (JPP) – a surpresa no último acto eleitoral – e mereceu a aceitação de todos os partidos presentes na Comissão.

"Esta iniciativa, que partiu do Grupo Parlamentar do JPP, mereceu a aceitação por parte de todos os partidos presentes na Comissão, com o objectivo de uma maior transparência e rigor dos actos políticos", refere esta formação política em comunicado.

O requerimento da JPP pede cópias de documentos e foi precedido de uma carta enviada ao presidente do Governo Regional sobre o assunto, assinada pelo líder parlamentar do partido, Élvio Sousa.

"Após o polémico caso em torno da gestão danosa do BES, com um prejuízo, em 2014, na ordem dos 3577 milhões de euros, e com a constituição do 'Novo Banco', a própria comissão de inquérito do BES questionou o que seriam estas avenças e a quem seriam pagas, perguntas que continuam sem resposta", justifica a pretensão do JPP.

"Entende, por isso, o JPP ser pertinente ouvir, junto do Presidente do Governo Regional, outra versão dos factos, em que fique esclarecido toda a situação, como forma de transparência entre cidadãos eleitores e cidadãos eleitos", revela o requerimento.

Recorde-se que, conforme noticiou o SOL, uma acta do conselho de administração do 'Novo Banco', ao tempo de Vítor Bento, revelou que "alguém" do executivo liderado por Alberto João Jardim terá exigido àquela entidade bancária o pagamento de uma avença que era antes paga pelo  BES.