Portugueses sonham com casa própria

O mercado de habitação em Portugal é ainda marcado pela procura de casa para aquisição. Apesar de o arrendamento ter sido uma das expectativas de dinamização do sector imobiliário nos últimos anos, o certo é que não conseguiu vingar, mesmo com as alterações à lei das rendas. A rentabilidade não é suficiente para os proprietários…

Se até aqui a dificuldade para aceder ao crédito à habitação diminuiu esse desejo, a verdade é que já existem sinais optimistas, pois os bancos estão novamente com maior abertura para os empréstimos, sobretudo quando a compra de casa também é a prioridade de muitas famílias.

Vale a pena lembrar que o ano de 2014 foi responsável por alguma movimentação por parte dos departamentos comerciais da banca, incentivando a concessão de créditos direccionados ao segmento residencial.

Também segundo o Catálogo de Estudos de Mercado da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, relativamente ao IV Trimestre de 2014, verifica-se que 55,2% das pesquisas efectuadas no Portal Casa Yes foram para compra de imóvel, enquanto 42,5% direccionavam-se para o arrendamento.

Oferta desajustada da procura

De acordo com as pesquisas para arrendamento habitacional efectuadas ao portal, a procura de valores, no âmbito nacional, direccionou-se principalmente para valores inferiores a 300 euros (41%), seguindo-se a faixa entre 300 e 500 euros (37,8%) e finalmente 12,9% apenas para o patamar de preços dos 500 aos 750 euros.

Do lado da oferta a situação é praticamente oposta: apenas 19,1% dos imóveis no Portal Casa Yes registavam valores iguais ou inferiores a 300 euros; 43,7% estavam entre 300 e 500 euros; e 16% tinham valores compreendidos entre os 500 e os 750 euros.

No que diz respeito aos imóveis para compra, o montante pesquisado no âmbito nacional estava mais centrado no patamar dos 75 mil aos 125 mil euros (30,8%). Depois, as pesquisas de casas entre os 175 mil e os 250 mil euros representaram 23,1%, ficando logo a seguir os imóveis abaixo dos 75 mil euros, com 22,5%. A faixa de imóveis entre 125 mil euros e 175 mil euros, sensivelmente 'a meio da tabela' de valores, teve a menor percentagem de pesquisas: 20,9%.

No que se refere à procura por tipo de imóvel, 58,1% das pesquisas direccionaram-se para apartamentos e 31.8% para moradias. Por tipologia, a procura continua muito segmentada nos T2 e T3.

Em termos geográficos, o concelho de Lisboa encontra-se na primazia nos municípios mais pesquisados, com 10,81% em geral (15,98% na procura de apartamentos e 8,03% no que concerne a imóveis não residenciais). E por tipo de negócio, a compra mereceu a Lisboa 10,06% das pesquisas nacionais e 12,87% no caso do arrendamento.

Já no segmento de moradias, Vila Nova de Gaia continua a liderar com 4,07% de pesquisas geradas, ocupando Lisboa neste caso o 7.º lugar, com 2,15%. As pesquisas de moradias para arrendamento centraram-se maioritariamente em municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Fonte: Gabinete de Estudos da APEMIP

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