"Temos de separar as tecnologias maduras das energias renováveis, como a energia eólica, que já não precisa de apoios comunitários porque já é financiada pelo mercado, das novas energias renováveis que devem ser promovidas. Queremos testar novas tecnologias que, não estando em condições de ser massificadas, devem contar com apoios para a fase de teste do projeto-piloto", justificou Jorge Moreira da Silva, aos jornalistas.
O ministro falava à margem da visita ao projeto de produção de energia das ondas, "wave roller", que considerou ser um projeto de "grande inovação".
Para o governante, o projeto da finlandesa AW Energy tem "potencialidade não só pelos resultados que já demonstrou ter, mas também para posicionar Portugal como campeão das energia das ondas e das energias renováveis".
A AW Energy estima começar a construir em 2016 a primeira unidade de produção de energia das ondas para fins comerciais.
A construção desta primeira unidade, ou seja, a fase de arranque de um parque de produção de energia das ondas, era para avançar este ano, mas foi adiada para a primavera de 2016. O projeto sofreu mais um atraso, informou por escrito a AW Energy à agência Lusa, sem detalhar o motivo.
A empresa finlandesa já está a avançar com o projeto, cujo investimento total pode chegar aos 25 milhões de euros, preparando o arranque da construção do parque para produção de energia das ondas e criando condições para em 2017 começar a sua exploração comercial.
Entre 2016 e 2017, a AW Energy vai, assim, construir um total de 16 unidades de produção de energia, a partir do protótipo designado por "Wave Roller", que a empresa tem vindo a aperfeiçoar desde 2007.
Neste sentido, obteve 9,1 milhões de euros de financiamento comunitário para o projeto, destinados à construção, montagem e instalação das 16 unidades de produção, com uma potência de 350 quilowatts (KW) cada uma e 5,6 megawats (MW) na totalidade. A instalação vai decorrer nos Estaleiros Navais de Peniche, parceiros na montagem dos equipamentos.
As unidades de produção comercial de energia das ondas deverão começar, no início de 2017, a ser instaladas no fundo do mar, a 500 metros da costa, ao largo da praia da Almagreira, Peniche.
Apesar da imprevisibilidade do projeto pioneiro, desde 2007 que a finlandesa tem no fundo do mar uma unidade, cuja produção, suficiente para alimentar uma aldeia de 360 habitantes, veio a demonstrar no final de 2014 que seria possível avançar para a fase comercial do projeto e vir a ter o maior parque mundial de energia das ondas.
Para já, a expansão do projeto para 16 unidades e a eficiência da tecnologia levam os investigadores a prever uma produção de 11,4 gigawatts/hora por ano, suficiente para abastecer 5500 habitações e 16500 habitantes, equivalente a metade do concelho de Peniche.
Lusa / SOL