Neste recurso, o ex-primeiro-ministro suspeito de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais contesta parte do conteúdo do acórdão dos desembargadores Agostinho Torres e João Carola, datado de Março. Os juízes concordaram haver argumentos para manter José Sócrates em prisão preventiva, num acórdão em que rebateram por completo a tese dos empréstimos motivados pela amizade entre o ex-primeiro-ministro e o amigo Carlos Santos Silva (“Um verdadeiro milagre de altruísmo pelo amigo”) e defenderam que uma vida luxuosa com poucos rendimentos tem de ser investigada: “Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vêm.”
A Relação de Lisboa concordou que Carlos Alexandre tomou a decisão certa ao manter Sócrates em prisão preventiva, por entender que “a colocação do arguido em liberdade poria em sério risco a investigação”.
Sócrates foi detido em Novembro, à chegada ao aeroporto de Lisboa. É o único arguido da Operação Marquês que ainda se encontra em prisão preventiva. O empresário e amigo Carlos Santos Silva já se encontra em casa, com pulseira electrónica.