“Não precisei de mudar de ideias para estar aqui. Fui sempre defensor de compromissos e tem que haver compromissos. O que não pode haver é compromissos com quem há muito se excluiu de fazer compromissos. Com a direita extremista onde a direita já nem sequer se revê”, afirmou Assis. Em Novembro, o socialista defendia que, se o PS não tivesse maioria absoluta nas legislativas, um governo de coligação teria que ser à direita, apontando como parceiro ideal “para garantir a devida estabilidade política” o PSD.
Apesar desta exclusão de parte da direita, Assis também deixou avisos à aproximação do PS à esquerda. “Muitos portugueses desiludidos e frustrados tendem a ir pelo canto de sereia de alguma extrema esquerda. É preciso dizer que não é esse o caminho”, garantiu.
Assis apelou ao voto útil, referindo que é preciso apelar às pessoas “hesitantes que tendem a contar com outros partidos à nossa esquerda”.
Críticas ao Governo e também ao Presidente da República, que deverá marcar as eleições para Outubro. Com Passos Coelho o país está condenado a viver num “velho ciclo”, vaticinou Assis.
Depois de ter estado afastado do partido desde o Congresso, o rosto da ala liberal do PS deixou elogios a António Costa e ao programa socialista. Ao líder do PS que foi a Bruxelas falar com os eurodeputados e “não fez um discurso miserabilistas, um discurso apocalíptico com ideias delirantes”, mas antes um “discurso sério e pensado”.
E ao PS que podia ter ficado “calado à espera de chegar ao poder pelo cansaço de quem lá está” mas apresentou um “programa credível” que assentou num cenário macroeconómico “de qualidade indiscutível” e com “propostas concretas”. “Houve discussão, não houve unanimidade, houve rupturas e isso significa que estamos preparados para governar”, garantiu.