Gestora de topo da Toyota detida no Japão por encomendar ‘droga’

Em Abril, a norte-americana Julie Hamp tornou-se a primeira mulher a chegar à cúpula da Toyota, onde assumiu funções como directora-geral e responsável pela comunicação da empresa. Dois meses depois, acaba de ser detida, por encomendar um medicamento considerado droga no Japão.

Segundo a polícia, Julie Hamp, de 55 anos, pediu oxicodona dos Estados Unidos para Tóquio, por correio aéreo, sendo a substância detectada à chegada do pacote no Aeroporto Narita. A executiva foi depois detida esta quinta-feira num hotel da capital japonesa. O porta-voz da Polícia Metropolitana de Tóquio explicou ainda à imprensa que só em casos particulares, devidamente autorizados, aquele fármaco – entre muitos outros – pode ser enviado para o Japão.

Segundo a Reuters, Hamp disse não saber que estava a encomendar uma substância ilegal e fonte da Toyota confirmou já que a empresa está ao corrente da situação e a inteirar-se melhor sobre o assunto. O medicamento que Julie Hamp comprou, 60 comprimidos de oxicodona, é um analgésico usado para tratar dores, mas que também tem efeitos anti-depressivos.

O Japão tem uma política muito restritiva de entrada de drogas, que inclui diversos medicamentos que noutros países, como os Estados Unidos, são vendidos facilmente com receita médica ou livremente em farmácias e outras lojas. O site da embaixada dos Estados Unidos no Japão tem até uma área especial sobre as restrições, com alertas para quem viaja ou resida no país asiático para que não encomende medicamentos do estrangeitos. “Se não cumprir a lei japonesa, pode ser detido e ficar preso”, lê-se no site em letras bem destacadas.

Já este ano aconteceu um caso semelhante, com uma professora do Oregon a ser detida pelas autoridades quando detectaram uma encomenda da sua mãe, uma médica nos Estados Unidos, com Adderall, um medicamento para tratar défice de atenção. A mulher esteve 18 dias na cadeia e só saiu em liberdade graças à intervenção de membros do Congresso americano e da embaixadora no Japão, Caroline Kennedy, filha do antigo presidente dos Estados Unidos.

Se esse caso foi mediático pela intervenção do governo americano, o desta semana é ainda mais devido à pessoa detida em causa, um alto quadro da Toyota, uma das maiores empresas do Japão e do sector automóvel a nível mundial.

emanuel.costa@sol.pt