”Sempre disse que a minha missão acabaria quando eu fizesse a passagem de testemunho. Agora há todo um processo de transmissão. A partir daí, vai depender. Quero sair da TAP. A minha vontade é sair no dia em que considerar que a empresa está no bom caminho, no caminho do crescimento e de continuar o que a tem feito”, afirmou, quanto questionado sobre a sua disponibilidade para ficar na administração da transportadora aérea.
“Depende de me convidarem e de eu aceitar e de ver em que condições, em que posição”, acrescentou, sublinhando que a passagem de testemunho deve durar “até ao final do ano”. “Depois veremos”, reiterou.
O Governo e o consórcio Gateway, formando por David Neeleman e Humberto Pedrosa, assinaram esta manhã o contrato de venda directa de 61% do capital da TAP, no Ministério das Finanças, em Lisboa.
“É um dia extremamente importante. Para mim, porque considero que é uma missão cumprida, mas principalmente para a TAP. Abrem-se novos horizontes”, analisou Fernando Pinto, à margem do evento. O gestor brasileiro chegou à empresa em 2000, para fazer privatização com a Swissair, mas acabaria de ter de esperar 15 anos para ver a companhia sair da esfera pública.
Sobre a contestação que a alienação tem merecido por parte dos trabalhadores e sindicatos da empresa, que hoje à tarde vão fazer um protesto no Largo Camões, Pinto considerou-os “normais e naturais”. “Temos de dividir o aspecto politico, e sabemos que há sindicatos com diversas cores políticas. Alguns, por principio, não concordam com a privatização. E nós respeitamos. Vão existir estes movimentos e vamos respeitá-los. Mas pelo contacto que tenho tido com os trabalhadores, há entusiasmo. As pessoas estão entusiasmadas com uma nova era”.