A ‘tradição’ de queimar um gato durante as festas de São. João estava interrompida desde 2008,na sequência da intervenção do Movimento Internacional em Defesa dos Animais MIDAS que hoje publicou na sua página do Facebook um vídeo onde se assiste ao ritual da Queima. No vídeo do Youtube, vê-se um gato colocado dentro de um recipiente de barro e levantado a alguns metros de altura, num poste. O poste, cercado de palha, é queimado até que o recipiente cai, sendo que o animal é atingido pelas chamas. O gato acaba por fugir em chamas e em evidente sofrimento.
«A este tipo de festa assistem sempre crianças», lamenta ainda a MIDAS, que pede que as autoridades ajam em conformidade com a lei.
Entretanto, na sequência desta denúncia, o Partido PAN – Pessoas-Animais-Natureza também denunciou o caso Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA). O partido irá agora avançar com uma queixa-crime contra o município que tinha a organização deste evento popular a seu cargo e que, por isso, «tem responsabilidade sobre o acto bárbaro que se praticou contra aquele animal em plena praça pública e contra a alegada tutora do animal, que aparentemente consentiu na sua utilização para estes fins», anunciou o PAN em comunicado.
Este «tipo de barbárie» consubstancia «claramente um crime de maus tratos contra animais, previsto e punido pelo nosso Código Penal», sublinha o partido. «Não podemos, ao contrário das pessoas que estiveram no local e assistiram impávidas e serenas a este atentado, simplesmente aceitar este retrocesso moral e cultural. Os animais não são brinquedos e o que o aconteceu em Vila Flor é inadmissível, pelo que o PAN envidará todos os esforços para impedir que outro animal volte a sofrer e a ser submetido a tal crueldade”, sublinha André Silva, porta-voz do Partido PAN.
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