“Vamos marcar congresso na segunda quinzena de julho e nessa altura teremos a apresentação de figuras que pensamos que vão surpreender”, disse aos jornalistas à margem de um debate sobre o programa eleitoral, a primeira iniciativa do partido desde que foi legalizado pelo Tribunal Constitucional.
Mendo Castro Henriques afirmou ainda que o Nós, Cidadãos! conta com apoios por todo o país mas está “mais forte” em Lisboa, Porto, Setúbal e Braga.
“Claramente estamos fortes em Lisboa e Porto, nos Açores por razões conjunturais, em Setúbal e Braga. Sendo realistas, porque as vitórias que queremos alcançar serão feitas com dignidade e portanto vamos apostar onde é exequível, mas sim, vamos concorrer a todos os círculos porque temos apoiantes em todo o território nacional”, acrescentou.
Questionado sobre o apoio de Rui Rangel, o fundador do Nós, Cidadãos! não descarta a possibilidade do juiz constar nas listas a deputados e acredita ainda que o partido terá “o mais jovem candidato a deputado, com 18 anos”.
“Poderemos vir a ter outras surpresas quer em Lisboa quer no Porto, mas a ideia é sempre a mesma, são figuras que não são mais do mesmo, são pessoas que emanam dos cidadãos, que trazem uma mensagem de coesão e que querem fazer diferente”, declarou Mendo Henriques em declarações aos jornalistas.
Quanto às medidas que vão constar do programa eleitoral, o docente universitário afirmou que terão “três novidades”: no financiamento da Segurança Social, na questão do resgate para o sobre-endividamento e o reforço da democracia participativa para “acabar com a promiscuidade entre política e negócios”.
“A Segurança Social é financiada com base nos custos laborais de empresários e de trabalhadores, nós achamos que o financiamento deve ser, não sobre a massa salarial, mas sim sobre o volume de negócios ou o volume de faturação”, explicou Mendo Castro Henriques, que considerou “importantíssimo porque a faturação é rigorosa, todas em empresas comunicam de forma automática em termos de caixa os volumes de negócios que fazem, e portanto sabe-se exatamente o que é que cada empresa vende”.
O fundador do Nós, Cidadãos! defendeu ainda que “se a empresa está em Portugal, seja muito grande como a EDP, ou seja pequena” tem de “pagar proporcionalmente para a coesão da sociedade portuguesa, para os idosos, para os pensionistas, para aqueles que precisam, não só a Segurança Social em termos de pensões, mas a Segurança Social com os outros subsistemas”.
Questionado sobre o posicionamento político do mais recente partido político português, o fundador definiu-o como “extremo centro”.
“Nós achamos é que dentro da caixa, dentro das soluções convencionais, os partidos arrumam-se em esquerda e direita, dentro da caixa nós somos do centro”, referiu, acrescentando que o partido conta com apoiantes vindos do PS e do PSD, independentes, conservadores e “pessoas que vieram de outras formações mais à esquerda”.
Mendo Castro Henriques acredita ainda que o “sistema bipolar partidário vai acabar em Portugal” e afirmou querer fazer parte desse processo.
“Eu acho que as pessoas estão muito fartas, acho que o abstencionismo em Portugal é agravado pela bipolarização em que os dois grandes partidos dizem: ou se vota PS ou PSD, o resto é para esquecer, agora sabemos que há forças emergentes (…) que são importantes para Portugal mudar de paradigma”, declarou.
Lusa / SOL