Vistos Gold’. AR vai votar levantamento de imunidade para Miguel Macedo

A comissão parlamentar de Ética decide na quinta-feira, em reunião extraordinária, o levantamento da imunidade parlamentar do deputado do PSD e ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo, para que seja ouvido como arguido no caso dos vistos ‘gold’.

Vistos Gold’. AR vai votar levantamento de imunidade para Miguel Macedo

De acordo com declarações dos jornalistas do presidente da comissão, o deputado do PSD Pedro Lynce, foi decidido na reunião de hoje pedir ao relator rapidez na apresentação do texto.

"Foi decidido e foi pedido ao relator que fosse o mais urgente possível na sua apreciação. O que é perfeitamente normal em tudo o que refere ao estatuto dos deputados", declarou Pedro Lynce, acrescentando que o parecer do relator – Sérgio Azevedo, do PSD – será votado em reunião extraordinária na quinta-feira pelas 12:45.

Também na reunião de hoje da comissão parlamentar de Ética foi discutida uma queixa do Movimento Partido da Terra (MPT) sobre o mandato de eurodeputado de Marinho e Pinto, que entretanto fundou o Partido Democrático Republicano (PDR).

O relator nesta matéria é o deputado do PS Pedro Delgado Alves, mas o caso mereceu "dúvidas" na comissão e procurou-se um "parecer o mais sólido possível", vincou Pedro Lynce.

"Isso faz com que neste momento não vos possa dizer qual é o prazo em que faremos uma reunião extraordinária para tomar uma decisão [sobre este caso]", acrescentou.

O caso dos vistos 'gold' levou a que Miguel Macedo apresentasse a demissão de ministro da Administração Interna, tendo retomado o seu mandato de deputado à Assembleia da República.

A 24 de abril, a comissão parlamentar de Ética já tinha analisado um pedido de levantamento de imunidade parlamentar de Miguel Macedo, feito pelo próprio, tendo na altura recusado o mesmo por unanimidade com Pedro Lynce a justificar que o ex-ministro da Administração Interna não era, então, arguido nem testemunha em nenhum processo.

O Estatuto dos Deputados estabelece que os parlamentares "não podem ser ouvidos como declarantes nem como arguidos sem autorização da Assembleia, sendo obrigatória a decisão de autorização, no segundo caso, quando houver fortes indícios de prática de crime doloso a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a 3 anos".

A Operação Labirinto, que envolveu buscas e 11 detenções, a 18 de novembro de 2014, está relacionada com a aquisição de vistos 'gold' e investiga indícios de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência.

O caso envolve o antigo diretor do Instituto dos Registos e Notariado António Figueiredo, a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça Maria Antónia Anes, o ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Jarmela Palos, Jaime Gomes, sócio-gerente da empresa JMF Projects and Business, os funcionários do IRN Paulo Eliseu, Paulo Vieira, José Manuel Gonçalves e Abílio Silva, entre outros.

Lusa/SOL