Câmaras e lojas que privilegiam a adopção

Nem todas as autarquias mantêm os seus canis como locais onde cães e gatos errantes entram para morrer. Nos últimos anos – e acompanhando a tendência de maior consciencialização da  sociedade e do poder político, que passou pela criminalização dos maus-tratos a animais -, várias autarquias do país melhoraram as suas instalações e têm hoje…

“São bons exemplos, sobretudo de municípios que têm meios para alterar as suas políticas relativas aos animais”, comenta Pedro Fonseca, do PAN – Pessoas-Animais-Natureza. 

Um dos bons exemplos é a capital: o Canil/gatil municipal, em Monsanto, que era até há pouco tempo conhecido pelas más condições (tendo mesmo sido alvo de um processo em tribunal), deu lugar à Casa dos Animais de Lisboa. A mudança começa nas instalações, mas vai muito além. Desde 2014, a eutanásia passou a ser praticada apenas se for a medida médica mais recomendada. Os números mostram esta realidade: se entre Janeiro e Maio de 2013 foram abatidos 102 cães e 148 gatos, no mesmo período de 2014 foram eutanasiados 13 cães e seis gatos.

Por outro lado, além do melhoramento visível das instalações e da abertura do espaço à comunidade, a política da Casa dos Animais passa agora por lhes encontrar novas casas. E, segundo dados divulgados pela Câmara de Lisboa, todos os dias são adoptados dois animais, em média.

Perto da capital, em Oeiras, as políticas relativas aos animais também espelham uma visão de promoção do seu bem-estar. Além de ter melhorado as instalações do Centro de Recolha, a Câmara criou o Centro de Apoio ao Animal, no jardim da vila. Aqui são  esterilizados gatos errantes (sendo depois devolvidos à rua), prestam-se cuidados médicos e é dada assistência alimentar e médica aos animais cujos donos não têm recursos financeiros. 

Outros bons exemplos são Sintra, Cascais, Cartaxo e Castelo Branco, em cujo parque de bem-estar os animais andam à solta e onde também se mantém uma política de promoção da adopção. 

Outro bom exemplo apontado por Pedro Fonseca é Coimbra: “Só com a divulgação no Facebook, triplicaram o número de cães adoptados”, congratula-se o responsável do PAN.

Lojas que ajudam 

Mas não são só as câmaras que têm políticas activas para dar destino a estes animais. Além das associações de defesa dos animais e dos abrigos que existem um pouco por todo o país, também várias lojas passaram a ajudar as associações na tarefa da adopção. É o caso da Loja do Crocodilo, no centro de Lisboa, que tem um protocolo com uma união zoófila e, sempre que tem conhecimento de alguém que prefere adoptar um cão ou um gato ao invés de comprar cães de raça, encaminha para a associação. 

Outras cadeias de produtos e serviços para animais de companhia que estabeleceram protocolos de promoção de adopção com associações de defesa dos animais são a Quatro Patas – presente em Lisboa, Cascais, Sintra, Seixal e Covilhã, sobretudo em centros comerciais – que tem uma parceira com a Animalife, publicando na sua página fotos de cães que estão na associação à espera de novos donos.

Também a Ornimundo, loja para animais de estimação presente em espaços comerciais de dez cidades (como Braga, Porto, Lisboa, Aveiro, Montijo, Leiria e Portimão, por exemplo) disponiliza um espaço no seu site para os animais que procuram donos. Neste caso, o site funciona como os classificados: basta inserir um anúncio para divulgar que há um animal à procura de um melhor amigo.